Hoje são necessárias até três, com tempo perdido em esperas intermináveis em pontões de ônibus que, nem de longe, parecem terminais urbanos.
Erro número um. Implantar o novo sistema sem antes dotar a cidade com terminais de verdade, cobertos, com infraestrutura para receber e acomodar com conforto tanto passageiros como os próprios trabalhadores do transporte. Em vez disso, passando por cima de tudo e de todos, a Prefeitura optou pelo improviso. Colocou pontos comuns, numa mesma área, sem qualquer cuidado com a população.
Erro número 2. Diferente de São Paulo, onde o Bilhete Único foi implantado também com muito ônus para a população, que demorou para incorporar o novo sistema, Guarulhos não é dotada de corredores exclusivos para o transporte coletivo. Aqui, ônibus e micro-ônibus precisam disputar espaços nas mal acabadas ruas e avenidas de uma cidade sem qualquer planejamento viário, entupida de buracos e – nesta gestão – com semáforos instalados sem os devidos estudos técnicos. Ou seja, a cidade está saturada.
Erro número 3. O número de coletivos disponíveis no novo sistema não atende às necessidades da população. São Paulo, com uma população dez vezes maior que Guarulhos, conta com uma frota de 15 mil coletivos, além de metrô e trens metropolitanas que rasgam a cidade de norte a sul, leste a oeste. Aqui, são pouco mais de 600 ônibus e 300 micros. As vans (menos de 200) só rodam ainda devido a ações judiciais, mas se depender do prefeito Sebastião Almeida, estão fadadas a desaparecer.
Erro número 4. Não bastassem todos os problemas na concepção do novo sistema, a Prefeitura abriu mão de comunicar à população sobre todas as mudanças propostas. Optou por gastar em anúncios pagos em grandes emissoras de televisão, como a Rede Globo, com comerciais que apenas comemoravam o novo sistema. Um verdadeiro tiro pela culatra, já que o departamento de jornalismo da mesma emissora, sem cobrar um centavo da população, veio aqui na semana passada e mostrou o que a população pensa sobre o novo sistema.
Porém, apesar de todos os erros, não há espaços para voltar atrás. Com algumas adequações que são necessárias, a Prefeitura tem que seguir em frente e resolver, com as armas que têm, os problemas que são reais.