O Correio da Suíça começa a fazer testes para entregar encomendas com a ajuda de drones. A meta é usar de forma regular a tecnologia até o fim da década, principalmente nas áreas mais remotas do país e em certas localidades dos Alpes. Empresas como a Amazon já haviam iniciado um debate sobre esse uso. Mas o serviço postal suíço quer ser um dos primeiros serviços públicos a aderir à tecnologia. Nova Zelândia e Alemanha também já começaram os testes. Desde o fim de 2014, Berlim faz, de forma experimental, a entrega de remédios a uma ilha no mar Báltico usando drone.
Com quatro hélices, o aparelho consegue transportar um pacote de até dez quilos por mais de 10 quilômetros. Fabricado pela empresa americana Matternet, o drone não precisa ser pilotado e, segundo um comunicado dos Correios da Suíça, voa até o local indicado usando “caminhos seguros”.
A meta é reduzir o custo de entregas de pacotes e de cartas em dezenas de vilarejos afastados nas montanhas e em locais isolados dos Alpes. No período de inverno, muitos desses locais acabam sendo afetados pela neve, inclusive com a interrupção de serviços postais.
Os testes que foram concluídos na semana passada deixaram boa impressão entre os técnicos e executivos, mas o serviço postal suíço informou que “um uso comercial realista da tecnologia terá de esperar cerca de cinco anos para ocorrer”. Um dos obstáculos é a duração da bateria para permitir a realização de voos com regularidade.
Os obstáculos para a introdução do sistema, porém, vão muito além de questões técnicas. Uma nova regulação sobre o voo de aeronaves não tripuladas teria de ser aprovada pelo Parlamento.
Carteiros
Com ou sem a solução para esses obstáculos, os executivos suíços já garantem que os carteiros não serão abolidos com a chegada dos drones. “Trata-se de uma tecnologia para complementar o carteiro”, afirmou Dieter Bambauer, diretor de Logística dos Correios.
Num primeiro momento, o uso seria limitado a situações de emergência, como para garantir o abastecimento de remédio a um local afetado por uma tempestade de neve. Outra possibilidade será o transporte de material que exige certa urgência, como testes laboratoriais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.