Saúde

Suor em excesso tem tratamento

Os sintomas têm início na primeira infância

Suor intenso nas mãos, nas axilas, nos pés, na face e no couro cabeludo podem ser sintomas da hiperidrose, um distúrbio que se intensifica na época do verão e vir associado, na maioria dos casos,  à ‘fobia social, o medo de estar em meio a muitas pessoas, sendo avaliado por alguém. O alerta é do cirurgião torácico Ribas Milanês, da Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo o médico, a pessoa com sudorese sente-se constrangida ou se considera impedida de exercer atividades sociais corriqueiras, como apertar as mãos de outras pessoas, escrever, dançar, praticar esportes ou até dar um abraço em um amigo ou familiar.

Os sintomas têm início na primeira infância.  No entanto, muitos pais procuram ajuda médica na fase da adolescência, quando a criança  começa a se sentir desconfortável com a situação.

O processo cirúrgico é o único que pode minimizar ou acabar com o problema, sem causa definida.  Em cerca de 2 mil pacientes operados no Hospital das Clínicas, nos últimos 15 anos, 99% apresentaram alívio do suor nas mãos, 95% alívio do suor nas axilas e face e 92% alívio do rubor facial, enumera Milanês.

As opções não cirúrgicas existem, mas são limitadas ou temporárias. "O uso da toxina botulínica sob a pele funciona por quatro a seis meses. São necessárias 50 aplicações em cada região, sem contar que o produto é muito caro", afirma o médico.

Doença – No Brasil, cerca de 2,8% da população sofrem com a hiperidrose. Mundialmente, a prevalência da doença é próxima dos 3%. Em alguns indivíduos o suor intenso é incontrolável. Os sintomas da face são acompanhados ou não de rubor facial, sentimento de embaraço ou de uma forte ânsia de escapar da situação.

As crises podem ser precipitadas por estresse ou emoções, mas também podem ocorrer espontaneamente sem a presença aparente de qualquer fator desencadeador.

Cirurgia – O procedimento cirúrgico é considerado minimamente invasivo e dura 40 minutos, em média, sob anestesia geral. A internação leva de 12 a 24 horas e o paciente pode voltar ao trabalho num período de dois a três dias.

A cirurgia consiste na retirada de estruturas nervosas, chamada de ‘cadeia simpática, que regulam a sudorese das mãos, das axilas e do rosto. O procedimento adotado é a simpactomia torácica endoscópica bilateral.

A técnica não é indicada para o tratamento da sudorese excessiva que envolve todo o corpo. Pessoas com obesidade,  idade avançada, cirurgias torácicas prévias e outras doenças associadas devem ser cuidadosamente avaliadas. Na grande maioria desses casos, não há indicação de tratamento cirúrgico.

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