Teve início nesta quarta-feira, 14/02, a Campanha da Fraternidade 2018, organizada pela igreja católica e que traz o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Em Cristo somos todos irmãos”. A campanha tem como objetivo a construção da fraternidade, promovendo a cultura da paz, reconciliação e da justiça, à luz da palavra de Deus, como caminho de superação da violência.
Segundo o secretário-executivo das Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Luís Fernando, a igreja no Brasil escolheu o tema da superação da violência devido ao crescimento desses índices. “Esse tema já foi discutido na década de 1980, num contexto em que o país vivia a recessão militar e, dentro desse contexto, foi possível mapear diversas formas de violência”, explicou.
No material da campanha há dados específicos sobre a população jovem. Mais de 318 foram assassinados entre 2005 e 2015. Além disso, 54,1% das vítimas de homicídio tinham entre 15 e 29 anos até 2015. Outro dado explorado é a violência contra a mulher. No mesmo ano foram registrados 4.621 homicídios.
Para o bispo da Diocese de Guarulhos, Dom Edmilson Caetano, o intuito da campanha não é falar da violência que é explorada diariamente, mas sim da superação. Segundo ele, as paróquias da cidade devem realizar ações concretas que explorem o tema durante as cinco semanas da quaresma. “A violência não está por fora, a raiz da violência está dentro do coração do homem”, disse.
Confira os objetivos específicos da Campanha da Fraternidade 2018:
Anunciar a Boa Nova da fraternidade e da paz, estimulando ações concretas que expressem a conversão e a reconciliação no espírito quaresmal;
Analisar as múltiplas formas de violência, considerando suas causas e consequências na sociedade brasileira, especialmente as provocadas pelo tráfico de drogas;
Identificar o alcance da violência nas realidades urbana e rural de nosso país, propondo caminhos de superação a partir do diálogo, da misericórdia e da justiça em sintonia com o Ensino Social da Igreja;
Valorizar a família e a escola como espaços de convivência fraterna, de educação para a paz e de testemunho do amor e do perdão;
Identificar, acompanhar e reivindicar políticas públicas de superação da desigualdade social e da violência;
Estimular as comunidades cristãs, pastorais, associações religiosas e movimentos eclesiais ao compromisso com ações que levem à superação da violência;
Apoiar os centros de direitos humanos, comissões de justiça e paz, conselhos paritários de direitos e organizações da sociedade civil que trabalham para a superação da violência.