O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta terça-feira que o superávit comercial muito forte do Brasil deve ajudar a baixar a cotação do dólar no País. A equipe econômica espera um saldo positivo recorde US$ 89,4 bilhões na balança comercial em 2021. "Acho que o dólar vai cair mais para frente", projetou.
Guedes voltou a dizer que o governo alterou o mix de juros altos com dólar baixo. "Dissemos que iríamos mudar e os juros realmente chegaram a 2% ao ano, e o câmbio ficou mais alto um pouco. O câmbio brasileiro estava fora do lugar equilíbrio, que é mais alto. Não é tão alto como está agora, mas todas essas incertezas, doenças, perspectiva de recessão, dúvidas sobre reformas, boatos de que toda hora o ministro pode cair. Vivemos uma fase difícil, turbulenta", afirmou, em audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação; Educação; Trabalho, Administração e Serviço Público; e Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
O ministro alegou que o Brasil ficou mais rico com a alta dos preços das commodities no mercado internacional, mas disse que essa riqueza precisa ser repartida com os mais pobres.
Segundo ele, a competição no mercado de gás natural deve baratear o custo do combustível. "Espero que dentro de um ano, um ano e meio, o preço do gás natural possa cair 40%", completou.
<b>Reforma administrativa</b>
O ministro da Economia defendeu novamente a proposta de reforma administrativa enviada pelo governo ao Congresso no passado. O projeto está sendo debatida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
"Parece que teremos sustentação política para começarmos debate da reforma administrativa. Ela garante a estabilidade para todos os servidores atuais e não acaba com a estabilidade futura. O que ela exige é que haja um sistema de avaliação e meritocracia que será criado pelos próprios funcionários públicos mais experientes. Cada carreira vai determinar as regras para estabilidade ao longo do tempo", afirmou Guedes na audiência pública conjunta.
Após novas críticas de parlamentares da oposição a falas polêmicas de Guedes sobre empregadas domésticas e filhos de porteiros, o ministro se desculpou. "Se ofendi as pessoas mais humildes inadvertidamente, só posso pedir desculpas. Nunca foi esse o objetivo. Nos exemplos que uso, tento mostrar as disfuncionalidades de uma sociedade que é desigual", alegou.