A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a formação de <i>joint venture agreement</i> entre a Delta Air Lines e a Latam, conforme despacho publicado no <i>Diário Oficial da União (DOU)</i>. Segundo o parecer, as duas empresas irão se unir em uma "aliança estratégica" de seus serviços de transporte aéreo envolvendo os Estados Unidos e o Canadá, de um lado, e Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai, do outro lado. As empresas explicaram ao Cade que outros países da América do Sul serão incluídos na parceria somente depois de implementação de acordos de <i>open skies</i> (tratados de céus abertos) entre os Estados Unidos e esses países.
"Nossa aliança estratégica com a Delta continua sendo uma prioridade. Essa apresentação reafirma nosso compromisso em fornecer aos clientes liderança em conectividade e experiência de viagem nas Américas e a aliança é uma das maneiras pelas quais emergiremos dessa crise global como um grupo de companhias aéreas mais forte, mais ágil e mais competitivo", disse Jerome Cadier, CEO da Latam em nota divulgada em junho, quando a parceria foi anunciada.
A Delta informou ao Cade que a operação permitirá que a empresa alcance mais destinos na América do Sul, podendo competir de forma mais isonômica com outros concorrentes que atuam na região. Além disso, permitirá que a Delta concorra de forma mais efetiva com a American Airlines em Miami, importante porta de entrada dos Estados Unidos para passageiros provenientes da América do Sul. Já para a Latam, conforme descrito no parecer, a operação permitiria que a companhia aérea desfrute de inúmeros benefícios e sinergias.
As empresas também argumentaram que, sem o acordo, teriam incentivos para estabelecer "preços em nível mais alto" e para investir apenas em suas próprias redes e não em uma malha combinada. "O JVA (<i>joint venture agreement</i>) traria incentivos para as partes lançarem novas opções de rotas e expandir frequências", cita o documento.