Estadão

Superintendentes da CGU entregam cargos em protesto por reajuste, diz sindicato

Em mais uma ação para pressionar o governo federal por aumento salarial, servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) pediram nesta terça-feira, 31, dispensa dos cargos e funções comissionadas em ofício encaminhado ao ministro Wagner Rosário. Dos 26 superintendentes da CGU nos Estados, 24 disponibilizaram o cargo. As informações são da Unacon Sindical, entidade que representa os auditores e técnicos federais de Finanças e Controle.

O sindicato diz que a decisão vem depois de "seis meses de tentativas frustradas de negociação com o governo" e que o ofício reporta a insatisfação dos servidores com a inflação acumulada em 25,1% desde a última reposição salarial, além de contestar a sinalização oficial de ampliação do desalinhamento remuneratório entre carreiras de Estado em detrimento da carreira de Finanças e Controle.

"Coerente com todas as nossas manifestações desde o início deste ano, inclusive com posicionamento por meio de carta aberta, e considerando a gravidade da situação, associada à frustração das negociações para a recomposição remuneratória, informo que os servidores colocam à disposição os cargos e funções comissionadas que atualmente exercem na Controladoria-Geral da União", informa trecho do documento.

A campanha salarial da carreira de Finanças e Controle teve início em dezembro de 2021, após aprovação do Orçamento de 2022 com previsão de reajuste salarial apenas para policiais, prometido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Outras categorias, como servidores do Banco Central e da Secretaria do Tesouro Nacional, também entraram no movimento, com paralisações que vêm afetando atividades dos órgãos. No caso do Tesouro Nacional, 70% dos detentores de cargos e funções em comissão solicitaram exoneração, segundo a Unacon, em ofício encaminhado ao secretário Paulo Valle no dia 13 de maio.

No Banco Central, como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) informou mais cedo, os servidores decidiram manter a greve, com uma reavaliação do movimento apenas em 7 de junho. Segundo a categoria, a continuidade da paralisação pode afetar os preparativos da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 14 e 15 de junho.

A Unacon destaca ainda que a mobilização pela recomposição salarial da carreira de Finanças e Controle alcança seu auge nesta semana, com os servidores da CGU e do Tesouro Nacional em greve por tempo indeterminado e com a intensificação das reuniões e protestos virtuais e presenciais.

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