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Superlotado, Hospital da USP nega consulta oftalmológica e não atende grávidas

Além de limitar o atendimento pediátrico, o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista, também não está fazendo atendimento de emergência oftalmológico e vem encaminhando mulheres grávidas para outras unidades de saúde. Um cartaz na frente do centro médico informa que o berçário e a maternidade estão superlotados. Para os pacientes, as restrições têm sido um transtorno e outras unidades de saúde da região estão sobrecarregadas.

Na terça-feira, 26, no fim da tarde, funcionários indagavam aos pacientes, ainda no lado de fora, o motivo para procurar a unidade e distribuíam folhetos com endereços de postos da rede municipal. Pais e crianças que chegam no início da noite já são orientados a ir para outra unidade. Desde o dia 20, o pronto-socorro infantil está funcionando apenas das 7 às 19 horas – depois, há apenas um especialista de plantão, o que obrigou a diretoria a atender só casos emergenciais.

Na sexta-feira 22, Marcia Regina de Moraes, de 44 anos, levou a filha de 1 ano que estava com febre ao HU. “Cheguei às 16 horas lá e consegui que ela fosse atendida, mas vi muita gente que chegou às 17h30 com criança doente ser mandada para outra unidade”, contou.

Na terça-feira, a menina voltou a ter febre e Márcia ficou com receio de ter o atendimento rejeitado no HU. Por isso, procurou o Pronto-socorro do Butantã. “Cada dia eles mudam alguma coisa, não dá para a gente ficar de um lado para o outro com criança doente. Eu gosto muito do atendimento na USP, mas a gente nunca sabe se vai poder ser recebido.” No início da noite de ontem, a espera no PS para uma consulta com pediatra era de ao menos duas horas, segundo os pais que estavam no local.

Já o motoboy Rafael Duarte, de 28 anos, levou o filho de 3 ao HU na tarde de terça e esperou por três horas. “Fomos muito bem atendidos, mas a espera é muito longa. Dos três consultórios infantis, só dois estavam com médico.”
Grávidas. O cartaz na entrada do hospital informa que a superlotação na maternidade e no berçário ocorre desde 14 de abril. Ressalta ainda que a suspensão no atendimento às grávidas é por “tempo indeterminado”.

Sobre a limitação no atendimento pediátrico, a Superintendência do hospital informou, em comunicado oficial, que é provocada pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e pela suspensão de novas contratações na USP, em função da crise financeira da instituição. Questionada, a USP e o hospital não informaram os motivos da superlotação na maternidade e no berçário e da suspensão do atendimento oftalmológico.

A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informou que, sempre que um serviço de saúde é interrompido, as unidades do entorno são afetadas. Em nota oficial, destacou que nos últimos 15 dias a Prefeitura, por meio das organizações sociais, contratou 152 plantões de pediatras e 264 estão em fase de contratação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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