Comerciantes do Brás, no centro de São Paulo, agrediram uma jovem paraguaia suspeita de participar de uma quadrilha que furtava lojas populares na região, segundo o SPTV, da Rede Globo. Vídeo da emissora mostra duas mulheres cortando grandes mechas do cabelo preto da moça no interior de uma loja.
Com partes do couro cabeludo à mostra, a jovem não reage e é empurrada por um homem para fora de um shopping na Rua da Juta. O agressor também dá cabeçadas nas costas da menina.
Segundo a Polícia Civil, a adolescente, menor de idade, estava desacompanhada quando aconteceu o crime, nesta terça-feira, 25, e não prestou queixa da agressão. Mas, após a reportagem da Globo, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.
O delegado titular do Departamento de Polícia Eder Pereira e Silva disse que policiais já têm pistas dos agressores. “Conseguimos o primeiro nome de uma das moças e do rapaz que aparecem no vídeo. E temos um telefone que seria dele também”, afirma. A investigação aponta que, depois da divulgação do vídeo nas redes sociais, o homem não foi mais visto na região.
Até a tarde desta sexta-feira, 28, nenhum suspeito havia sido indiciado. A polícia afirmou que o paradeiro da vítima continua desconhecido. Os agressores podem responder por lesão corporal, injúria real, pelo corte de cabelo, e cárcere privado, por mantê-la contra vontade no interior da loja. “Para determinar o grau das lesões, a jovem teria de ser encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer um exame”, explica o delegado.
No dia 7 de novembro, a tia da garota e outra mulher, também paraguaias, foram presas em flagrante por furto qualificado em uma loja do Brás. Centenas de peças de roupas estariam com as acusadas.
A moça, que acompanhava as duas no momento da prisão, também foi levada ao 12º DP para reconhecimento. No entanto, a vítima não a identificou como participante do crime. Sem envolvimento com a ação, ela foi liberada.
De acordo com o delegado Silva, esse tipo de ocorrência é frequente no bairro. “Já prendemos dois ou três grupos de paraguaios por acusações semelhantes”, diz.