Estadão

Suspeito por assassinato de professor no Trianon há 20 anos é preso no Paraguai

Um foragido da Justiça brasileira há duas décadas foi preso pela polícia do Paraguai. Daniel Enrique Sanchez Rosales é acusado de arquitetar um roubo e de estrangular o jornalista e professor universitário André Alberto Florêncio de Melo no dia 3 de abril de 2003. Os dois se haviam encontrado no Parque Trianon, na avenida Paulista, em São Paulo.

Rosales foi preso na quarta-feira, 1. Sua detenção foi comunicada à Justiça brasileira. Ele nunca foi ouvido, nem pela polícia e nem pela Justiça. O fato de já haver denúncia aceita contra ele interrompe a contagem do prazo de prescrição – que estaria consumada em abril deste ano.

De acordo com o jornal paraguaio <i>ABC</i>, Rosales foi encontrado no cruzamento das avenidas Nanava e Adrian Jara, a 1,5 km da Ponte da Amizade.

No início das investigações, a Polícia de São Paulo concentrava as buscas a Rosales no município de Embu das Artes (Grande São Paulo). Mas ele acabou sendo encontrado em Ciudad del Este, no Paraguai, fronteira com Foz do Iguaçu, através de um trabalho conjunto da Inteligência das polícias brasileira, paraguaia e argentina.

Na época do crime, Rosales era estudante de Turismo e aluno de André Alberto Florêncio Melo.

O Ministério Público em São Paulo afirma que o acusado era garoto de programa e já tinha ido a dois encontros com o professor, um deles no apartamento da vítima. Atraído por bens de valor, Rosales forjou um assalto, se passando por vítima. Três cúmplices dele participaram do crime – Cristiano Sanches dos Santos, Romeu Ribeiro dos Santos e Stefano Leandro Sanches. Segundo a Promotoria, Rosales foi o mentor do assalto.

A Polícia descobriu que Rosales marcou um encontro com o professor à meia-noite do dia 3 de abril de 2003 no Parque Trianon, que fica na Avenida Paulista. Quando os dois estavam no carro Palio de Melo, dois parceiro de Rosales – Romeu e Cristiano – se aproximaram e simularam um assalto, mas a vítima percebeu que eles se conheciam.

Já na companhia de Stefano, o grupo matou o professor enforcado com seu próprio cinto. O corpo de André Alberto Florêncio de Melo foi encontrado perto da estação de trem de Itapevi, na Grande São Paulo. Romeu, Cristiano e Stefano acusaram Rosales de envolvimento com o assassinato.

Melo chegou a ser sepultado como indigente, mas seu corpo foi exumado.

Os três cúmplices de Rosales foram condenados a 40 anos de prisão pelo juiz Rodolfo Pellizari, então da 14ª Vara Criminal de São Paulo. O magistrado atribuiu a eles a prática do crime de roubo seguido de morte e o processo de Rosales foi desmembrado.

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