A primeira coisa a se destacar é que este filme não é uma continuação do “Cloverfield”, de 2008. Apesar de usar o mesmo nome e até umas situações que vão remeter ao primeiro filme, “Rua Cloverfield 10”, da Paramount, está mais, como muitos críticos disseram, para um episódio de “Além da Imaginação” – série de grande sucesso da televisão americana criada em 1959 por Rod Serling, que fez muito sucesso também no Brasil. Ou então, como descreveu J.J. Abrams, produtor dos dois longas, trata-se é de um “parente de sangue”.
Talvez essa seja a melhor definição, pois “Rua Cloverfield 10” não é um filme de terror found footage (tipo “documentário” filmado apenas com uma câmera), além de não ter os mesmos personagens e monstros do anterior. O que eles têm em comum são o suspense e o fantástico: desde o começo o espectador fica na dúvida se o que está acontecendo é verdade ou não, até chegar numa explicação e reviravolta final.
Com excelente direção do estreante Dan Trachtenberg, “Rua Cloverfield 10” traz ótimas atuações de Mary Elisabeth Winstead (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”) e John Goodman (“O Voo”) – John Gallagher (“Jonah Hex – O Caçador de Recompensas”) é o terceiro personagem do filme e, apesar da sua aparição discreta, é fundamental para manter o clima de suspense.
Tudo começa quando a jovem Michelle sai desiludida de casa após uma briga e tem um acidente de carro em uma estrada deserta. Ela acorda no porão de um desconhecido que se diz chamar Howard. Ele afirma que estão num bunker, uma espécie abrigo nuclear subterrâneo, que salvou sua vida de um de um ataque químico que deixou o mundo lá fora inabitável. A história é confirmada por outro sobrevivente, Emmett, que também está confinado com eles. A partir daí, Michelle tenta descobrir se tudo o que está acontecendo é verdade.