Um avião de pequeno porte caiu por volta das 7h20 desta sexta-feira (7) na Avenida Marquês de São Vicente, uma das mais movimentadas vias da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. A aeronave atingiu um ônibus durante a tentativa de pouso de emergência, causando uma explosão. Duas pessoas que estavam no avião morreram, e outras sete ficaram feridas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou os nomes das vítimas fatais: o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e o piloto Gustavo Carneiro Medeiros.
Márcio era advogado, professor de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre e palestrante motivacional. Ele viajava por diversas cidades do Brasil realizando palestras sobre mudanças de comportamento. Sócio majoritário do escritório Carpena Advogados, com unidades em Porto Alegre e Caxias do Sul, Márcio era divorciado e pai de três filhos menores de idade.
Já o piloto Gustavo Medeiros era formado em Administração e Ciências Aeronáuticas pela PUC-RS e acumulava vasta experiência na aviação. Segundo seu perfil no LinkedIn, ele tinha 3.819 horas de voo como copiloto do Embraer 190 e 1.912 horas como comandante de aeronaves do modelo ATR, usados no transporte regional.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os corpos das duas vítimas foram encontrados carbonizados dentro da aeronave.
O acidente
O avião, modelo King Air F90, com capacidade para oito pessoas, decolou do Campo de Marte às 7h15 com destino a Porto Alegre. Minutos depois, a aeronave apresentou problemas e tentou um pouso de emergência na Avenida Marquês de São Vicente, na altura do número 1.874.
Na queda, o avião atingiu um ônibus e houve uma explosão, que gerou uma grande nuvem de fumaça preta, visível a longa distância. O trecho da avenida permanece interditado, e a CET orienta motoristas a evitarem a região (veja rotas alternativas ao final da matéria).
Testemunhas relatam momentos de pânico
Testemunhas que estavam no local no momento do acidente descreveram o impacto da queda. O engenheiro João Lucas da Silva Amaral contou que viu o avião colidir com obstáculos antes de atingir o solo.
“Ele pegou na árvore, pegou na placa e começou a despejar querosene. Na hora que bateu no chão, ele explodiu e corremos”, relatou.
Já Genival Dantas Arraes, que passava pela região, descreveu o choque da cena.
“Eu ia pegar o acesso para a avenida Sumaré e pegar o retorno. De repente, desceu pela avenida o avião e só vi tudo voando e a bola de fogo. Explodiu na hora. Todo mundo ficou paralisado. O avião foi arrancando palmeiras e placas. Passou muito rápido”, contou.
Feridos e atendimentos
Entre os sete feridos, estão um motociclista atingido por destroços da aeronave e uma passageira do ônibus. O motorista do coletivo foi socorrido após uma crise de ansiedade. Todos os feridos foram levados para hospitais da região, e o estado de saúde deles não foi detalhado até o momento.
O trecho da Avenida Marquês de São Vicente permanece interditado para o trabalho das equipes de resgate e da perícia. A CET recomenda que motoristas busquem rotas alternativas, como a Avenida Francisco Matarazzo e a Marginal Tietê, para evitar congestionamentos.
As causas do acidente serão investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
Piloto Gustavo Medeiros e o dono da aeronave, Márcio Carpena — Foto: Reprodução/Redes sociais
