O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou nesta quarta-feira, 3, que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou o desligamento de usinas térmicas que, juntas, geram até 2 mil megawatts de energia, a partir de 1º de março. No total, serão desligados sete empreendimentos térmicos.
“Com preços de geração (CVU) superiores a R$ 420 por megawatt-hora, a economia com o desligamento dessas usinas deve ser superior a R$ 7 bilhões”, calculou o ministro. Ele ainda afirmou que, com a decisão, a bandeira vermelha, que vigora desde janeiro do ano passado, será substituída pela amarela. E, mantidas as condições climáticas, existe possibilidade de chegar a verde em abril.
“Estamos entrando em novo ciclo, com viés de baixa no custo de geração e tarifa para consumidor”, afirmou. Nos cálculos dele, somando o desligamento das térmicas em agosto do ano passado com as de agora, mais a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) 30% menor que a de 2015, as tarifas devem cair cerca de 7% a partir de março. Apenas com as próximas sete térmicas que serão desligadas, seria gerado um recuo entre 3% e 4%. Apenas no sistema de bandeiras, haverá uma queda de R$ 3 da vermelha para R$ 1,50 na amarela.
De acordo com o ministro, o nível dos reservatórios das hidrelétricas estão elevados, e a expectativa para novembro no Sudeste, quando chegar o período de seca, é de que estejam em 30%. “Nós estamos com todos os cenários sendo analisados para que possamos chegar a novembro com capacidade de armazenamento de energia melhor que em 2015”, disse o ministro. “A decisão de desligar as térmicas a partir de 1º de março acima de R$ 420 CVU é conservadora”, afirmou.
Braga disse ainda que manter a bandeira vermelha seria impor um custo desnecessário ao consumidor. Contando as térmicas que foram desligadas em agosto de 2015, cerca de 40% delas foram paralisadas. “Não vai haver desabastecimento, as decisões foram tomadas de forma prudente”, garantiu.
Romeu Donizete Rufino, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirmou que o Brasil conseguiu inverter o ciclo de alta das tarifas. “O processo tarifário em 2016 deve ser bem mais comportado que no ano passado, com reajustes bem inferiores até mesmo que a inflação”, ponderou.