Os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto ao governo do Rio Grande do Sul são os que, por enquanto, têm menos tempo para se dedicar diretamente às atividades de campanha. O atual governador, Tarso Genro (PT), que tenta a reeleição, e a senadora Ana Amélia Lemos (PP), sua principal adversária nas urnas, se dividem entre as agendas eleitorais e os compromissos referentes a seus cargos atuais – o que vem transformando os candidatos a vice e ao Senado em coadjuvantes com peso de protagonistas. Tanto Tarso quanto Ana Amélia se valem das redes sociais para suprir a falta de tempo e garantir contato direto com os eleitores.
Tarso não faz cerimônia ao “terceirizar” a campanha e segue à risca a determinação de evitar comparecer a atos políticos durante o expediente de trabalho como governador. “A ideia é que a participação dele ocorra no horário de almoço, no fim da tarde, à noite e nos fins de semana”, explicou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o coordenador de campanha, Carlos Pestana Neto. “Vamos priorizar atividades de rua. Caminhadas e feiras, por exemplo, ao invés de eventos mais fechados e restritos.”
Para que a estratégia de campanha funcione, o PT conta com a mobilização da vice na chapa, Abigail Pereira (PC do B), e principalmente com a popularidade do candidato da coligação ao Senado, o ex-governador Olívio Dutra (PT). “Ele (Olívio) é muito forte e pode desempenhar esse papel de divulgação de campanha, por isso deve fazer uma agenda intensa”, explica Pestana. Além disso, Tarso deve tirar uma licença na reta final, para se dedicar integralmente à corrida pela reeleição. A maior probabilidade é que o governador saia do governo nos últimos 15 dias de campanha, mas, nos bastidores, há quem defenda que o período seja maior. A decisão pode depender das próximas pesquisas.
No levantamento feito pelo Ibope e divulgado no último sábado, Tarso aparece com 31% das intenções de voto ao Palácio Piratini, atrás de Ana Amélia, que lidera com 31%. “Não batemos o martelo nem sobre se haverá mesmo licença. O mais provável é que seja de 15 dias mesmo”, disse Pestana.
No caso de Ana Amélia, a ausência foi frequente principalmente nos dias iniciais de campanha. Depois da largada oficial, em dia 6 de julho, ela participou de um debate com os outros candidatos, se reuniu com entidades ligadas ao setor empresarial e, na sequência, teve que retornar a Brasília para comparecer a votações e outras atividades no Senado. Desta forma, as primeiras atividades de rua de sua coligação foram encabeçadas pelo vice, Cassiá Carpes (PSD), e pela candidata ao Senado, Simone Leite (PP).