As desigualdades históricas do mercado de trabalho brasileiro, agravadas em meio à pandemia, se mantiveram na passagem do segundo para o terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A diferença entre as taxas de desocupação da população que declara ter a pele preta e aquelas que dizem ter a pele branca ficou em 7,3 pontos porcentuais, praticamente a mesma discrepância registrada no segundo trimestre, quando o fosso foi recorde e ficou em 7,4 pontos. No terceiro trimestre, a taxa de desemprego ficou em 14,6%, com a seguinte desagregação por cor da pele: preta (19,1%), parda (16,5%) e branca (11,8%).
Além do racismo, a desigualdade de gênero permanece como um problema no mercado de trabalho. A taxa de desocupação entre as mulheres ficou em 16,8% no terceiro trimestre, ante 12,8% para os homens.
Os desagregados por nível de instrução revelam que os menos escolarizados foram os mais atingidos pelo desemprego em meio à pandemia. A taxa de desocupação entre as pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo foi de 12,2% no terceiro trimestre, ante os 14,6% da média.
Ainda assim, a maior taxa de desocupação no terceiro trimestre foi registrada entre as pessoas com ensino médio incompleto, com 24,3%. Para quem tem curso superior completo, a taxa de desocupação foi de apenas 7,0%.
No desagregado por faixa etária, a taxa de desocupação entre os jovens (de 18 a 24 anos) foi de 31,4%. Entre os trabalhadores na faixa de 25 a 39 anos, a taxa foi de 14,2% no terceiro trimestre. Os trabalhadores entre 40 e 59 anos de idade registraram taxa de 9,9%.