Saúde

Taxa de mortalidade de doentes renais cresce no Brasil

Segundo Censo Brasileiro de Diálise, cerca de 10 milhões de pessoas têm algum problema

A taxa de mortalidade de doentes renais no Brasil cresceu 38%, no último dez anos, de acordo com o Censo Brasileiro de Diálise, realizado em 2010 pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. A pesquisa revelou também outros problemas.

Segundo o levantamento, cerca de dez milhões de brasileiros têm alguma disfunção renal, mas esse número está muito abaixo da realidade, levando-se em conta o total da população brasileira, que é de mais de 190 milhões (IBGE-2010). Dos mais de 92 mil pacientes em hemodiálise atualmente, 80% não tiveram acesso ao tratamento com o especialista. Faltam nefrologistas nas redes primária e secundária do SUS. O número de centros de diálise não está crescendo de forma significativa e o parque tecnológico está sucateado. Nos últimos dez anos, o número de óbitos cresceu. Foram registrados, nesse período, 16.500 óbitos no país.

A diretoria da SBN apresentou os resultados do censo, em maio, na reunião da 2ª. Câmara Técnica sobre Nefrologia promovida pelo Ministério da Saúde, em Brasília, para traçar novas diretrizes na área. Entre os problemas apresentados estão o acesso limitado do doente renal crônico à assistência médica especializada e o subdiagnóstico e diagnóstico tardio da doença renal crônica, além da inexistência de honorários médicos ligados ao procedimento dialítico. "O objetivo é alertar os gestores de saúde sobre a precária situação em que se encontram os serviços de terapia renal substitutiva, que prestam atendimento ao SUS, e apresentar sugestões para garantir a continuidade do tratamento dentro de princípios éticos e humanitários", afirma Daniel Rinaldi, presidente da SBN.

O Censo Brasileiro de Diálise da SBN revelou também o sucateamento dos serviços em decorrência de dívidas crescentes com os fornecedores e das dificuldades enfrentadas para compra de insumos e novos equipamentos. Entre as soluções propostas estão à liberação dos faturamentos referentes aos atendimentos realizados nos meses subsequentes à realização dos serviços e a criação de linhas de crédito para renovação do parque tecnológico.

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