Depois de demonstrar instabilidade, as taxas no mercado futuro assumiram um leve viés de baixa nesta quarta-feira, 2, acompanhando a perda de força do dólar ante o real. As taxas com vencimento no curtíssimo prazo, contudo, seguem praticamente estáveis, já no aguardo da ata do Copom amanhã. Às 9h32, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 15,71%, ante 15,74% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 estava em 15,75%, ante 15,80% no ajuste de ontem.
No cenário doméstico, os investidores continuam atentos à persistente indefinição acerca da aprovação da nova meta fiscal de 2015 e da LDO de 2016. Há também muita expectativa quanto à decisão do Conselho de Ética da Câmara sobre a abertura do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A indefinição de ontem deixou claro o racha entre o Palácio do Planalto e a cúpula do PT, uma vez que o governo quer poupar Cunha para evitar que o parlamentar dê início a um processo de impeachment, enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, não.
Em evento nesta manhã, o ex-diretor do Banco Central (BC) e sócio do banco Brasil Plural, Mário Mesquita, afirmou que a realidade da economia torna muito difícil o trabalho do BC. “Se eu estivesse no BC hoje, pediria renúncia imediata”, disse.
Mesquita argumentou que a “crise econômica não está nem na metade”, pois o PIB deverá continuar em queda no próximo ano. “O desemprego pode chegar a 12% em 2016”, comentou. “Com a crise, situação social vai piorar e terá impactos políticos”, comentou.