As taxas de juros futuras fecharam em queda nesta quinta-feira, 14, conduzidas pela queda do dólar e dos juros dos Treasuries e também pelos dados fracos das vendas no varejo em junho. O recuo dos juros refletiu ainda o movimento de correção dos investidores, após a alta exagerada registrada na véspera diante da notícia de que o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, tinha morrido em um trágico acidente aéreo.
No pregão regular na BM&F Bovespa, o contrato de janeiro de 2015 (32.510 contratos) terminou com taxa de 10,83%, na mínima, ante taxa de 10,84% na véspera. O juro do contrato para janeiro de 2016 (214.890 contratos) encerrou em 11,40%, de 11,42 no ajuste de ontem. O contrato para janeiro de 2017 (303.175 contratos) registrou taxa de 11,60%, ante 11,68% na quarta-feira, e o juro do contrato para janeiro de 2021 (72.005 contratos) terminou em 11,85%, de 11,93% ontem.
Na agenda de indicadores econômicos do dia o destaque foi a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O relatório trouxe números decepcionantes, que reforçaram as previsões de contração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista caíram 0,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. O resultado foi o pior desde maio de 2012 e veio no piso do intervalo das estimativas, que previam queda de 0,70% a uma alta de 0,90%. Na comparação anual, as vendas subiram 0,8%, também no piso das estimativas (+0,80% a +4,80%). No varejo ampliado, a queda foi de 3,6% em junho ante maio e maior do que se esperava (-3,00% a +0,20%), enquanto no confronto anual, o tombo de 6,1% nas vendas também frustrou ainda mais as estimativas (-0,20% a -4,30%).
Nos EUA, o Departamento de Trabalho disse que o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 21 mil na semana encerrada em 9 de agosto, para 311 mil, após ajustes sazonais. O resultado, o maior desde 28 de junho, ficou acima da previsão de analistas, que esperavam leitura de 295 mil.
O indicador, somado ao alívio das tensões geopolíticas, provocou queda dos dólar e dos juros dos Treasuries, o que acabou contribuindo para pressionar as taxas de juros para baixo.