Economia

Taxas de juros se descolam do câmbio e fecham em alta

O mercado futuro de juros se descolou do câmbio nesta quinta-feira, 14, e as taxas fecharam com viés de alta, num ambiente de negócios reduzidos. As dúvidas quanto aos próximos passos da política monetária do Banco Central continuaram a interferir na curva de juros. Um leilão de títulos do Tesouro, pela manhã, também exerceu influência, contribuindo para a abertura das taxas nos contratos mais longos.

As taxas já iniciaram o dia em alta, alinhada à valorização do dólar que predominou pela manhã. A virada das cotações da moeda americana para o terreno negativo, no entanto, não foi acompanhada pelas taxas futuras, que continuaram a apontar para cima.

A menos de uma semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), profissionais do mercado afirmam que há incômodo com algumas movimentações do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O substituto de Joaquim Levy, que recentemente vem defendendo a ampliação do crédito via bancos públicos, tem marcado para as 17 horas desta quinta um encontro com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

A análise da curva de juros mostrou que 80% das apostas do mercado futuro estavam direcionadas para uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic, contra 20% de apostas num ajuste de 0,25 ponto na taxa, hoje de 14,25% ao ano.

Nos negócios na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2016 fechou o horário regular com taxa de 14,695%, ante 14,676% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2017 ficou em 15,480%, ante 15,465% do ajuste da quinta. O vencimento de janeiro de 2021 projetou taxa de 16,44%, de 16,29%.

Outro fator que teria pressionado as taxas para cima, segundo operadores, foi o leilão de Notas do Tesouro Nacional da série F (NTN-F). Foram vendidos 3 milhões de títulos com vencimento em 1/1/2027, título ofertado pela primeira vez pelo Tesouro, e 500 mil para 1/1/2023, papel ofertado pela primeira vez neste ano. A grande quantidade de títulos, principalmente para 2027, teria influenciado a curva longa devido às operações de “hedge” feitas no mercado futuro.

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