Economia

Taxas dos DIs sobem após Awazu falar sobre expectativas para a inflação

As taxas dos contratos futuros de juros dispararam nesta sexta-feira, 24,, após o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, afirmar que as expectativas para a inflação em 2016 ainda estão acima da meta, em cerca de 90 pontos-base. Ele sinalizou ainda que, apesar de progressos recentes no combate à inflação, existem novos riscos para as projeção sobre o IPCA no ano que vem.

Na avaliação do mercado financeiro, estes novos riscos podem estar ligados às mudanças na meta fiscal, exigindo esforço maior do Banco Central para controlar a inflação – ou seja, uma Selic mais alta.

Na última quarta-feira, o governo reduziu as metas fiscais de 2015, 2016 e 2017, passando uma mensagem, para parte do mercado, de fraqueza ao promover o ajuste e elevando a percepção de que o País pode, de fato, ser rebaixado pelas principais agências de classificação de risco internacionais. A meta fiscal deste ano foi de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15%; a de 2016, de 2,0% para 0,3%; e a de 2017, de 2,0% para 1,3%.

Na renda fixa, no fim da sessão regular de hoje, a taxa do contrato para setembro de 2015 ficou em 14,020%, ante 13,901% do ajuste de ontem. O DI para outubro deste ano marcou 14,150%, ante 13,979%, enquanto o vencimento para janeiro de 2016 ficou com taxa de 14,29%, ante 14,10%.

A taxa do DI para janeiro de 2017 fechou a sessão regular em 13,87%, ante 13,64% de ontem, enquanto o para 2021 marcou 13,02%, ante 13,00%. Considerando a curva, os investidores precificam agora mais de 80% de chances de, na semana que vem, o Banco Central elevar os juros em mais 0,50 ponto porcentual.

Em parte, o avanço também foi resultado da forte alta do dólar ante o real. A moeda à vista de balcão fechou em alta de 1,76%, aos R$ 3,3490.

À tarde, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, até tentou acalmar os ânimos, ao dizer, após participação em evento em São Paulo, que é “cedo para dizer se a variação do câmbio vai ser permanente”. Além disso, segundo ele, “na medida em que explicarmos as ações fiscais, o impacto no câmbio tende a ser absorvido”.

Mas como também lembrou o ministro Barbosa, “o dólar reagiu à revisão da meta fiscal e o câmbio é levado em conta para a inflação”.

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