Estadão

Taxas futuras de juros iniciam sessão em queda com varejo, IGP-DI e dólar fracos

O varejo bem mais fraco do que o previsto para maio e o IGP-DI de junho menor do que a mediana apoiam a queda das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) na abertura da sessão desta quarta-feira, que terá divulgação de ata do Fed à tarde. O dólar em queda, alinhado à melhora global de humor nesta quarta, também contribui para a devolução de prêmios ao longo de toda a curva de juros futuros. As vendas do varejo subiram 1,4% em maio ante abril, sendo que a mediana do <i>Projeções Broadcast </i>apontava alta de 2,5%. O IGP-DI veio a 0,11%, sendo que mediana previa 0,22%.

O DI para janeiro de 2022 abriu a 5,77% e logo bateu mínima a 5,75% ante 5,793% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2023 abriu a 7,24% e marcou mínima a 7,20% ante 7,28% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2025 abriu a 8,36% e pouco depois tinha mínima a 8,27% ante 8,35% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2027 abriu a 8,73% e bateu mínima a 8,69% ante 8,77% no ajuste anterior.

Apesar da abertura positiva para os ativos domésticos e do bom humor global, cautela pode dar o tom das próximas horas, visto que a ata do Federal Reserve será divulgada somente às 15h. Ontem, em entrevista ao <i>Broadcast</i>, a estrategista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, lembrou que o comunicado do Fed foi "hawk".

Além disso, a cena política não dá trégua. Além das denúncias de ilegalidades e corrupção contra o presidente Jair Bolsonaro e aliados, o investidor também assiste a uma nova batalha do ministro da Economia, Paulo Guedes, por conta da reforma tributária. A equipe de Guedes decidiu atrelar uma redução maior do IRPJ a um corte substancial dos subsídios (até R$ 40 bilhões) que grandes conglomerados recebem do governo federal.

Outra batalha de Guedes, a privatização da Eletrobras, teve um revés ontem. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mudou o texto da MP, que abre caminho para a desestatização, por inexatidão . A oposição declarou que a mudança altera o mérito da proposta, que já passou pelo Senado e pela Câmara, e que dá margem à derrubada do texto no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manteve ontem posição contra a privatização dos Correios.

"No front inflacionário, a forte desaceleração do IGP-DI é boa notícia, mas o foco maior está no IPCA de amanhã", escreve hoje Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. O IGP-DI teve alta de 0,11% em junho, após um avanço de 3,40% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do indicador ficou abaixo da mediana de 0,22% obtida nas estimativas da pesquisa do <i>Projeções Broadcast</i>, mas dentro do intervalo, que ia de queda de 0,16% a avanço de 0,80%. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 14,26% no ano e avanço de 34,53% em 12 meses.

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