Economia

Taxas futuras de juros oscilam com atenções em dados do varejo e fator político

Os juros futuros operam sem direção definida nesta quarta-feira, 16, em meio ao viés de baixa do dólar ante o real e outras divisas emergentes e os dados de vendas no varejo no Brasil em julho e na comparação anual dentro do esperado pelo mercado. Apesar do alívio, os agentes financeiros se mantêm na defensiva, o que se reflete no baixo volume de operações, enquanto aguardam novidades na esfera política em relação ao pacote fiscal do governo de cerca de R$ 65 bilhões.

A percepção é de que o conjunto de medidas, sobretudo a proposta de recriação da CPMF, enfrenta resistência no Congresso, o que ampara o receio de não cumprimento da meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 e o risco de um segundo rebaixamento do Brasil ao grau especulativo, o que poderia gerar um overshooting do dólar.

Às 9h28, o DI para janeiro de 2017 indicava 15,03%, ante 14,99% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 projetava 15,02%, de 14,96%.

Do lado político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na terça-feira, 15, que é impossível que a reedição da CPMF seja votada neste ano. Nesta quarta, governadores devem se reunir às 12 horas em Brasília para avaliar o impacto das medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo e tentar chegar a um consenso em relação ao valor da CPMF que vão reivindicar ao Congresso.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reúne-se às 10 horas com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão e, às 16h30, recebe o governador do Ceará, Camilo Santana.

O mercado está de olho ainda no registro, nesta quarta, do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelos juristas Hélio Bicudo, fundador do PT, e Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. O pedido deve ser registrado em cartório e, quinta-feira , protocolado na Câmara dos Deputados.

A presidente Dilma Rousseff falou pela manhã a uma rádio do interior de São Paulo e pediu união para o País sair da crise política e econômica. “Temos de nos unir e o mais rapidamente, independente das nossas posições, e tomarmos o partido do Brasil, que leva a mudança da nossa situação”, afirmou durante a entrevista.

Dilma disse que há no Brasil pessoas que não se conformam que estejamos em uma democracia que tem legitimidade popular e torcem para o quanto pior melhor, e isso em todas as áreas, na economia e na política”, avaliou. Segundo a presidente, em nenhum país que se passou por dificuldades foi proposto ruptura da democracia.

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