Os juros futuros encerraram a sessão em queda generalizada, refletindo sobretudo fatores internos que puderam se sobressair na medida em que o ambiente externo nesta quarta-feira, 28, esteve favorável. As taxas, que passaram a manhã em baixa moderada, ampliou o movimento à tarde, quando bateram mínimas, após a divulgação do resultado do setor público consolidado, que veio perto do teto das estimativas do mercado. “O dólar e os juros hoje estão refletindo bem os fundamentos internos”, afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 6,575%, de 6,600% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 caiu de 7,59% para 7,55%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 8,45%, de 8,50% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 9,25%, de 9,29%.
De acordo com o Banco Central, o setor público teve superávit primário de R$ 46,940 bilhões em janeiro, valor que ficou acima da mediana das estimativas, de R$ 40,000 bilhões, e perto do teto do intervalo, de R$ 48,6 bilhões.
“O resultado primário veio melhor que a mediana esperada, ajudando na redução do prêmio, principalmente na ponta longa da curva”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Pela manhã, o aumento da taxa de desemprego trazido pela Pnad Contínua, de 11,8% no trimestre encerrado em dezembro para 12,2% no trimestre terminado em janeiro, já havia estimulado o recuo das taxas, ao sugerir espaço para novo corte da Selic.
O dólar também acelerou o declínio ante o real, batendo mínimas na última hora. Alguns profissionais observaram reforço na entrada de fluxo de exportadores buscando aproveitar os níveis de preço. Às 16h34, a moeda no segmento à vista caía 0,29%, a R$ 3,2399. Na mínima, chegou a R$ 3,2359.
Lá fora, o dólar avança ante as moedas principais e tem desempenho misto ante as demais divisas de economias emergentes. Nos Treasuries, as taxas aceleravam a queda e batiam mínimas, com a T-Note de dez anos em 2,865% às 16h37.