A semana pesada de eventos e indicadores econômicos na prática começou nesta terça-feira para o mercado futuro de juros, com a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central (BC) e o resultado do desempenho do varejo em outubro. Também está no radar a fala do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em dois eventos ainda pela manhã. No exterior, sempre com a variante Ômicron no pano de fundo, destaque para a inflação no atacado dos Estados Unidos (PPI) e para o discurso da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
Na ata divulgada mais cedo, o Copom reafirmou a intenção de promover novo aumento da Selic em fevereiro. Após nova elevação de 1,50 ponto porcentual na semana passada, para 9,25% ao ano, o BC disse hoje que, para a próxima reunião, "antevê outro ajuste da mesma magnitude". No entanto, o Banco Central deixou a porta aberta para mudanças, indicando que os "passos futuros" poderão ser ajustados de modo a garantir a convergência da inflação para "as suas metas".
Já o volume de serviços prestados caiu 1,2% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda veio um pouco mais forte do que o piso das estimativas na pesquisa <i>Projeções Broadcast</i>, de recuo de 1,1% das estimativas. Na comparação com outubro do ano anterior, houve elevação de 7,5% em outubro de 2021. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 7,6% a 11,9%, com mediana positiva de 9,4%.
Nesse ambiente, as taxas de juros negociadas no mercado futuro em baixa. Se a ata da reunião do Comitê de Política Monetária confirmou o tom "hawkish" do comunicado da semana passada, o resultado fraco no volume de serviços em outubro acabou por favorecer a redução de prêmios. Com os dados de hoje em mãos, os analistas agora se concentram na participação do presidente do Banco Central.
Às 9h16 desta terça, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 projetava 11,46%, ante 11,49%. A taxa do DI para janeiro de 2025 era de 10,43%, ante 10,59% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,33%, contra 10,49%.