Economia

Taxas futuras de juros se ajustam em baixa após impacto inicial com Barbosa

Numa sessão marcada por ajustes técnicos ante os exageros dos últimos dias, as taxas dos contratos futuros de juros cederam nesta terça-feira, 22, na maior parte da curva a termo. Embora o mercado ainda demonstre desconfiança em relação à chegada de Nelson Barbosa ao Ministério da Fazenda, hoje a retirada de prêmios deu o tom dos negócios.

Ao final da sessão regular, a taxa do DI para abril de 2016 estava em 14,705%, ante 14,720% do ajuste de ontem. O vencimento para janeiro de 2017 marcava 15,89%, ante 16,00%, e o contrato para janeiro de 2018 indicava 16,65%, ante 16,72%. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2021 marcava 16,57%, igual ao ajuste. Já na reta final do ano, profissionais percebem um esvaziamento dos negócios e pouco espaço para mudanças radicais de posição.

“Houve o período em que o mercado estava digerindo o Barbosa. Achávamos que ontem mesmo pudesse haver um alívio, o que não ocorreu. Mas hoje as taxas de acomodaram”, comentou Rogério Braga, diretor de gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset. Segundo ele, isso está ligado à correção de excessos vistos nos últimos dias. “O anúncio do Barbosa na Fazenda colocou ainda mais prêmios nos DIs e houve alguns stops. Hoje, quem visualiza a curva vê algum valor em vários vencimentos. E acaba realocando recursos, o que faz as taxas cederem”, comentou.

Por sua vez, Barbosa continuou hoje a via-crúcis mais recente, tentando convencer o mercado financeiro de que o ajuste fiscal e a luta contra a inflação seguirão em 2016. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, ele afirmou que seguirá o mesmo caminho já trilhado por Joaquim Levy e continuará com o esforço para aprovar o ajuste das contas públicas no Congresso. Ao mesmo tempo, negou que haja estudos sobre a adoção de uma banda para o resultado primário e reafirmou o compromisso com esforço fiscal equivalente a 0,5% do PIB para o ano que vem.

“O Orçamento foi aprovado e espera-se que a CPMF esteja valendo em setembro”, acrescentou o ministro, ao ser questionado sobre a existência de um “Plano B” para a CPMF. “Vamos às negociações políticas para isso. O governo será capaz de criar esse consenso. Se não for, vamos compensar com outras medidas provavelmente no lado das receitas, mas também pode ser no lado dos gastos”, completou.

Posso ajudar?