Uma família de quatro irmãos foi agredida e teve seu carro danificado por taxistas que pensavam se tratar de uma corrida do Uber. A violência aconteceu na noite desta terça-feira, 31, próximo ao Aeroporto de Brasília. A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) investiga o caso.
Os irmãos haviam recém chegado de viagem e foram apanhados no aeroporto pela mulher de um deles. Os taxistas, pensando que fosse um serviço do Uber, perseguiram a família, quebraram o vidro traseiro e arranharam a lateral direita do carro.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, as vítimas tentaram explicar várias vezes aos agressores que eram apenas uma família voltando para casa após uma viagem ao Recife. Não adiantou.
Quando eles desceram do carro para verificar os estragos, foram agredidos. “Socos, pontapés, barras de ferro e até uma faca”, enumeraram à polícia. Os irmãos tiveram vários ferimentos e foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exames.
O vendedor Clécio Alves relatou à polícia que sua família foi encurralada pelos taxistas. Segundo seu depoimento, eles gritavam: “Mata que é Uber”.
A ocorrência seria uma consequência de uma espécie de “troca de farpas” entre taxistas e motoristas do Uber que havia ocorrido mais cedo, também nas imediações do aeroporto. De acordo com a polícia, sete condutores do Uber foram agredidos e tiveram seus veículos danificados por um grupo de taxistas.
O caso foi registrado como dano material e lesão corporal e os carros serão periciados no Instituto de Criminalística, conforme informações dos policiais.
Em nota enviada à reportagem, o aplicativo Uber informou que considera inaceitável o uso de violência. “Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se mover pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente”, diz o texto.
A empresa afirmou esperar que seus motoristas “não se envolvam em brigas e discussões”, optando por contatar imediatamente a polícia sempre que se sentirem ameaçados. O Uber está criando um mapa das ocorrências de agressões, para monitoramento.
A falta de punição aos taxistas agressores é uma das principais críticas dos condutores do Uber. O Sindicato dos Taxistas do Distrito Federal não foi localizado pela reportagem para comentar o ocorrido.