Há pelo menos três meses, os taxistas de todo País travam uma verdadeira guerra contra o uso do aplicativo Uber no sistema de transporte de passageiros, em especial, o táxi. No entanto, para o presidente da Cooper Guarulhos, Alexsander Negrão, as possibilidades de impedir a presença da tecnologia no setor estão se esgotando em função da omissão do Poder Judiciário alto poder econômico da empresa detentora do aplicativo.
“Já estivemos na Assembleia Legislativa e já estão esgotando todas as nossas possibilidades. A gente não vê resposta do Poder Público em relação a este caso. E pelo alto poder econômico deles (Uber), estão enfrentando e buscando de todas as formas legalizar este serviço”, explicou o mandatário da cooperativa de táxi guarulhense, Alexsander Negrão, sobre as ações do Uber.
Segundo Negrão, a atuação do Uber, serviço que ele classifica como clandestino, só está ativa por conta da fragilidade do Poder Judiciário. Ele também ressalta que o embate entre os taxistas e a empresa administradora do aplicativo está gerando mal estar entre as partes, principalmente desgaste para os taxistas.
“Essa situação está insustentável. É uma empresa americana que praticamente entrou pela porta dos fundos no Brasil, burlando todas as leis. E como o nosso Judiciário está fragilizado, não resolve essa situação e está criando este mal estar. Os veículos que são pegos estão sendo apreendidos, conforme a lei”, declarou Negrão.
Entretanto, ele afirmou que o alto poder econômico da empresa americana pode influenciar na tentativa de legalizar o serviço tecnológico ofertado aos usuários. Porém, ele apontou ações que a categoria está realizando com o intuito de inibir a circulação dos veículos que comportam esta tecnologia, além de sugerir as autoridades maior poder de fiscalização contra a iniciativa.
“É uma tecnologia que já existe há anos, mas não tinha uma empresa desse nível com bilhões de dólares que está tentando legalizar pelo alto poder econômico que possuem. Estamos tentando de todas as formas, inclusive o (Edmilson) Americano está fazendo várias assembleias e estamos acompanhando”, concluiu Alexander.
No dia 20 de outubro deste ano, o juiz Rafael Tocantins Maltez, da 2ª Vara da Fazenda Pública, negou o pedido dos taxistas guarulhenses em proibir a utilização do Uber na cidade por motoristas vinculados ao aplicativo. Maltez defendeu a livre concorrência de mercado como justificativa de sua decisão, além de ressaltar a ausência de qualquer mecanismo na lei municipal que possa impedir esta atividade.