A seleção de futebol feminino da Zâmbia vive um momento de turbulência a poucos dias da estreia na Copa do Mundo de Futebol Feminino. De acordo com o jornal The Guardian, da Inglaterra, o técnico Bruce Mwape é acusado de conduta sexual imprópria com as jogadoras, coagindo-as a ter relações sexuais para continuar jogando pelo seu país. A Associação de Futebol da Zâmbia (FAZ) encaminhou o caso para a FIFA, que está coordenando as investigações desde setembro do ano passado.
Uma jogadora, que preferiu não se identificar, confirmou a acusação: "Se ele (Mwape) quiser dormir com alguém, você tem que dizer sim… É normal que o treinador durma com as jogadoras em nossa equipe", disse ao The Guardian. Bruce não é o único acusado, o treinador do sub-17, Kaluba Kangwa, também está entre os funcionários investigados.
Em contato com a Associated Press, o comitê de ética da FIFA disse que não irá comentar sobre o caso, mas sabe-se que a investigação ocorre desde setembro de 2022, ainda sem nenhum parecer do órgão. Enquanto isso, Bruce Mwape segue à frente da seleção feminina, que venceu a bicampeã mundial Alemanha na última sexta-feira por 3 a 2 e está em fase final de preparação para a Copa do Mundo.
Fontes internas na Associação de Futebol da Zâmbia afirmam que os bons resultados recentes com a seleção, como a classificação para a Olimpíada de Tóquio, a vaga antecipada para a Copa do Mundo e o terceiro lugar na Copa Africana, fazem com que a FAZ mantenha os "olhos fechados" para o caso. Oficialmente, o presidente da federação, Andrew Kamanga, alega que o caso já foi encaminhado para o órgão competente da FIFA.
A Zâmbia estreia na Copa do Mundo no próximo dia 22 contra o Japão. A seleção africana está no Grupo C, com Espanha e Costa Rica.