A ministra do Planejamento, Simone Tebet, demonstrou preocupação com a chamada "pauta-bomba" no Congresso Nacional, admitindo que o governo não tem "espaço fiscal". Em sua avaliação, agora é hora de muita responsabilidade. "A gente tem que sentar todo mundo à mesa, dialogar e ver que uma medida, qualquer medida, qualquer projeto de impacto econômico que é aprovado no Congresso Nacional impacta todo o Brasil", disse a ministra a jornalistas nesta terça-feira, 23, quando, no período da manhã, teve reunião agendada com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para tratar da Rota de Integração.
Questionada se há uma preocupação em relação à "pauta-bomba", Tebet respondeu: "Sem dúvida alguma". Nós não temos gordura, margem de gordura, espaço fiscal."
A ministra deu como exemplo o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do Quinquênio. "Às vezes, uma PEC, uma medida, um projeto que lei que acha que vai impactar R$ 1 bilhão, impacta R$ 40 bilhões", disse.
"Pauta-bomba" é uma expressão usada para denominar projetos que geram gastos públicos e que estão na contramão do ajuste fiscal. Dentre elas, estão o pagamento de quinquênios para juízes e promotores, a desoneração previdenciária de municípios e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
Apesar da preocupação, Tebet disse confiar muito no Congresso Nacional. "Sei que tem muita gente com racionalidade para entender que o caminho certo é o da responsabilidade fiscal", comentou.