A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), destacou nesta quinta-feira, 5, a importância da recriação da pasta no novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), extinta no governo Jair Bolsonaro, que a incorporou em um superministério da Economia. Tebet afirmou que a sua equipe será multidisciplinar e garantiu que o resto do governo poderá cobrar a ela e aos outros ministros da equipe econômica sobre o Orçamento, que terá diagnósticos bem elaborados e estratégias condizentes com a receita.
"Eu, Esther (Dweck, ministra da Gestão) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) somos ministérios-meio, sintam-se à vontade para nos cobrar. Vamos compor as caixinhas do orçamento público. Somos alicerce, como base de suporte para todos os ministérios, o que significa diagnósticos bem elaborados, metas factíveis e estratégias condizentes com fontes de recursos", disse Tebet, em sua cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto.
Como outros ministros de Lula, Tebet criticou o cenário de destruição em que o novo governo assume em diversas áreas e vinculou à ausência de um ministério do Planejamento. Algo que, segundo ela, Lula colocou como meta em seu terceiro mandato. "Nos últimos quatro anos faltou vacina, remédio, comida, emprego, cultura, sensibilidade. Foi negada dignidade e cidadania, pessoas com fome, desnutrição, mais de 5 milhões de brasileirinhos com o estômago vazio, 40 milhões em emprego informal e milhões de desalentados sem esperança de emprego."
Tebet ainda fez uma metáfora da importância do Planejamento com o diagnóstico de uma doença. "A importância do diagnóstico é tamanha que, sem ele, seria algo assim como primeiro ir à farmácia, pesquisar os remédios disponíveis e os preços de cada um, para, somente depois, determinar a doença do paciente. Periga enfaixar braços, quando o mal poderia ser úlcera no estômago."
A ministra também destacou, que apesar dos percalços nos últimos anos, a pasta ainda tem um corpo técnico qualificado, com o apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgãos que ficaram sob o guarda-chuva de seu ministério. "Estaremos prontos para apresentar os melhores diagnósticos e propor caminhos para deixarmos de sermos um dos países mais desiguais de todo o planeta."