A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu que eventuais trocas de ministros feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não levam em conta a questão de gênero e disse que o petista tem compromisso com a representatividade feminina no governo.
"Qualquer alteração que porventura (o presidente) venha a fazer, não é ministério de uma mulher ou um homem", disse Tebet, que avaliou as trocas como "naturais" para que o governo atinja maioria no Congresso.
"O governo Lula, desde o início, foi de frente ampla. Precisamos de maioria no Congresso Nacional. É natural que partidos que querem participar do governo peçam espaços", avaliou, em entrevista a jornalistas nesta manhã. A ministra participa da última plenária do Plano Plurianual Participativo (PPA), em São Paulo.
Como mostrou o <i>Broadcast Político</i>, partidos do Centrão querem o comando de ministérios para ingressar de vez na base aliada. O ataque especulativo acontece, sobretudo, contra pastas chefiadas por mulheres, como a da Saúde, liderada por Nísia Trindade, e dos Esportes, sob a batuta de Ana Moser.
Ontem, o Palácio do Planalto anunciou a troca de Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) por Celso Sabino (União Brasil-PA) no ministério do Turismo. As possíveis mudanças para atender a interesses do Centrão geram questionamentos sobre o compromisso de Lula com a representatividade feminina.
Para Tebet, no entanto, medidas do presidente mostram compromisso do governo com a pauta. Ela citou o projeto que determina paridade para homens e mulheres no pagamento de salários e o fato de o governo ter a maior quantidade de mulheres ministras na história.
"Mulheres continuarão ou irão para outros ministérios e espaços relevantes, mantendo representatividade", reforçou a ministra.