Acondicionar água da chuva em baldes e galões como forma de evitar o racionamento do produto na Região Metropolitana de São Paulo, inclusive em Guarulhos, pode ter um lado perigoso: se as vasilhas não forem bem tampadas podem se tornar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que transmite a dengue.
O alerta é do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria da Saúde de Guarulhos, que desenvolve várias ações no sentido de evitar que as doenças se alastrem no município. Mesmo assim, os números da dengue continuam aumentando, como em todo o Estado de São Paulo.
Segundo levantamento da Secretaria de Saúde, desde 1º de janeiro até o dia 5 de março, data do último relatório da Vigilância Epidemiológica, o município já soma 270 casos em 2015. Foram 109 registrados em janeiro e 161 em fevereiro, porém ainda há notificações sendo analisadas; portanto os números podem ser alterados.
Para ampliar o alcance, um batalhão — estimado em mil funcionários públicos entre técnicos, agentes de serviços de saúde e agentes comunitários de saúde –, desenvolve uma série de ações descentralizadas. Cada região de Saúde coordena as ações pertinentes aos bairros próximos às UBSs que administram.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) mantém uma equipe especializada em combater os focos nas proximidades das residências onde houve a confirmação de um ou mais casos. Eles vistoriam todos os lugares de possível concentração de larvas, levam orientações, produtos e equipamentos para eliminar criadouros.
Cuidados
“Se compararmos os números de janeiro do ano passado com os atuais 109, observamos um aumento acima da média histórica para o mês”, afirma a médica veterinária Cristina Magnabosco, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde. “Nem todos tampam eficazmente seus reservatórios”, completa.
Segundo a diretora, boa parte do problema poderia ser evitada se a população fizesse a parte dela, a partir de pequenas ações. “Nós trabalhamos com pesquisas de campo sobre as ocorrências, captando e cruzando informações desde a suspeita de casos, ainda nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e fazemos o cerco ao foco encontrado”.
Ela destaca que a população precisa cuidar de forma mais eficiente dos possíveis locais de concentração de águas e ambientes domésticos (calhas, caixas d’água, vasos de plantas, pneus velhos). Recorda que até mesmo pias da cozinha e do banheiro precisam estar secas, como também o vaso sanitário deve estar constantemente fechado.
Por fim, sugere a solução mais prática: entornar a água da vasilha em que a pessoa julga haver larvas do mosquito da dengue.”São ações simples e práticas que ajudam a reduzir os casos em todo o município”, concluiu.
Dez ações domésticas úteis
1-Mantenha bem fechados todos os recipientes de armazenamento de água.
2-Evite ter bromélias em casa ou outras plantas que acumulem água;
3-Evite acumular tampinhas de garrafa, cascas de ovo, latinhas, saquinhos plásticos em geral, embalagens de plástico ou vidro ou demais produtos que possam acumular água;
4-Troque com frequência vasilhames de água de animais domésticos. Se possível, lave-os com sabão e bucha antes de colocar nova porção de água;
5-Deixe sempre fechadas as tampas de vasos sanitários
6-Mantenha fechados ralos de pias, tanques e até mesmo da área de serviço;
7-Escorra a água de vasos de plantas ou xaxins dentro ou fora de casa;
8-Mantenha pneus velhos em ambientes cobertos como forma de evitar o acúmulo de água;
9-Evite o acúmulo de água em lajes, ralos, rufos e telhados;
10-Evite a concentração de lixo e entulho no quintal e proximidades da casa.