O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve anunciar em cerca de 60 dias seu posicionamento sobre o processo de aumento de capital da Tecnisa e o acordo para entrada da concorrente Cyrela como acionista, estimou na segunda-feira, 27, o diretor de Relações com Investidores da Tecnisa, Vasco Barcellos. “Após o posicionamento do Cade, poderemos lançar nossa oferta”, disse o executivo, em teleconferência com analistas.
Barcellos acrescentou que os recursos serão usados para reforçar a liquidez da companhia e melhorar a estrutura de capital, levando em conta tanto o cenário adverso do mercado imobiliário, quanto o cronograma de vencimento da dívida. “O fluxo de caixa está totalmente equacionado. A gente quis reduzir os riscos”, frisou.
A Tecnisa anunciou ao mercado na última sexta-feira um acordo de subscrição pelo qual fará um aumento de capital de R$ 200 milhões, com emissão de 100 milhões de ações. Pelo acordo, o controlador e diretor-presidente, Meyer Joseph Nigri, fará um aporte mínimo de R$ 51,3 milhões e máximo R$ 70 milhões.
A outra parte ficará por conta da Cyrela, que aportará entre R$ 73,3 milhões e R$ 100 milhões. O restante será subscrito pelos acionistas minoritários.
Caso haja subscrição integral pelos minoritários, sua participação na empresa será mantida em 37,7%, enquanto o controlador ficará com 48,9%, e a Cyrela, 13,4%. No caso de ausência de subscrição pelos minoritários, eles serão diluídos para 25,3%, o controlador ficará com 55,4%, e a Cyrela, 19,3%. Em qualquer um dos casos, a Cyrela se tornará a segunda maior acionista da Tecnisa.
Durante a teleconferência, ainda Nigri deu boas-vindas à Cyrela. Ao responder pergunta de analistas, afirmou que a entrada do novo sócio não mudará a gestão da empresa, mesmo que a concorrente tenha direito a um assento no conselho de administração. “A Cyrela está entrando apenas como investidor.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.