Estadão

Tecnologia é aliada do sistema financeiro, mas também traz desafios, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, usou seu primeiro discurso na trilha financeira do G20 para apresentar a agenda digital da autoridade monetária no Brasil e estimular os demais países do grupo a se engajarem no debate sobre as implicações do uso de novas tecnologias no sistema financeiro.

"A tecnologia é um dos instrumentos mais poderosos na concepção do sistema financeiro do futuro. No Brasil, a evolução tecnológica tem sido uma das maiores aliadas do Banco Central para garantir um sistema financeiro mais eficiente e promover a inclusão digital e financeira", afirmou ele no Palácio Itamaraty, segundo a íntegra do discurso divulgada pelo BC.

Campos Neto apresentou aos membros da trilha financeira do G20 os principais projetos brasileiros, como o novo marco cambial, o Open Finance, o Pix e a moeda digital Drex – projetando uma integração futura entre todos eles.

"Olhando para o futuro, o Pix tem potencial para permitir a integração com serviços de pagamentos instantâneos internacionais, facilitando transações transfronteiriças, como remessas, pagamentos entre empresas e compras internacionais de bens e serviços", destacou.

O presidente do BC adiantou que o G20 irá debater as implicações dessa integração transfronteiriça de pagamentos instantâneos e moedas digitais (CBDCs). "Estamos entusiasmados em contribuir para o desenvolvimento de arcabouço sobre a governança e supervisão de arranjos transfronteiriços de sistemas de pagamentos", acrescentou.

Campos Neto enfatizou que as inovações digitais são parte importante das prioridades para a trilha financeira do G20.

Segundo ele, é notável o avanço dos trabalhos do grupo sobre os impactos para a estabilidade financeira decorrentes de temas como tokenização de ativos, finanças descentralizadas (DeFi) e inteligência artificial.

No fim do discurso, Campos Neto defendeu que os países trabalhem para aumentar a qualidade da inclusão financeira e garantiu que o BC brasileiro terá contribuições importantes para o grupo de finanças sustentáveis do G20.

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