Com a primeira queda no número de linhas ativas da história do setor de telefonia celular em 2015, as teles acreditam que a redução na quantidade de chips deve se repetir em 2016, caso o governo não reduza a tributação dos serviços máquina-a-máquina (M2M). Em deste ano, o SindiTelebrasil – que representa as principais companhias do setor – registrava 275 milhões de linhas ativas no País, uma perda de 1% em relação ao fim do ano passado.
“É a primeira vez na história que cai o número de chips. Isso se deve ao menor consumo das pessoas, ao crescente uso de aplicativos de mensagens e à queda da tarifa interconexão nas chamadas para números de outras operadoras. Com isso, as pessoas não têm interesse em ter mais de um chip”, explica o presidente-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy.
Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, esse movimento de se falar menos e enviar mais mensagens de texto também é visto em outros países, mas o Brasil lidera essa migração no mercado latino-americano devido à penetração maior do uso de smartphones no País. “Em 2016, praticamente a metade das receitas das companhias no Brasil virá dos serviços de dados. As operadoras esperavam uma transição mais lenta”, aponta.
A queda de chips ativos no País ocorreu principalmente no modelo pré-pago, com uma queda de 4,5% até setembro, equivalente a cerca de 10 milhões de linhas. Já o pós-pago registrou um ligeiro aumento de 0,3% no mesmo período. “O Brasil vive uma transição que explodiu esse ano”, acrescenta Tude.
Para compensar a queda na quantidade de usuários com mais de uma linha móvel ativa, as empresas esperavam o crescimento dos chips ativados para as comunicações máquina-a-máquina (M2M), mas o SindiTelebrasil reclama da tributação incidente sobre o serviço. “O M2M ainda é muito incipiente porque ainda há a cobrança do Fistel. Para haver uma explosão dos serviços máquina-a-máquina, o Fistel deveria ser zerado, inclusive para as máquinas de cartão de débito e crédito”, sugere Levy. “Se o valor do Fistel se mantiver, devemos ter uma nova queda na quantidade de linhas em 2016”, completa.