O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que tem que se analisar caso a caso dos ministros citados em algum esquema de corrupção. “Não acho que seja um risco nomear ministros citados na Operação Lava Jato, porque depende do tipo de investigação. Não acho que seja elemento de grande peso, mas precisa olhar caso a caso”, disse, em participação no Programa Roda Viva, da TV Cultura.
Especificamente sobre o ministro do Turismo, Henrique Alves, o chanceler comentou que existe a acusação contra ele mas que tem que se provar. “É uma coisa complexa essa de fechar julgamentos por notícias que saíram nos jornais”, falou.
Ele comentou que o Brasil é “medalha de ouro no combate à corrupção” e que a Lava Jato corre como fator exógeno e cada ocorrência ou descoberta é indeterminada.
“Não dá para interferir ou parar a Lava Jato. O Brasil está mostrando que é capaz de olhar e arrumar a própria casa”, afirmou. Serra também comentou que houve muita pressão para Temer diminuir ministérios e que isso teria prejudicado a nomeação de ministras mulheres, mas que não houve discriminação.
Ele ainda ressaltou que o que está acontecendo no País não é golpe. “Tenho dois golpes nas minhas costas e eu sei o que é golpe. Quem inventou isso é estratégia contra-marketing”, disse.
Serra falou que na reunião que teve na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e depois na Organização Mundial do Comércio (OMC), as autoridades se mostraram curiosas sobre a política nacional e que ele fez questão de explicar o que está ocorrendo no País. “E vamos continuar assim com todos que tiverem dúvida: vamos esclarecer o que está acontecendo”, declarou.
O chanceler destacou que é importante que cada ministro mostre a real situação de sua área para montar um plano de ação para minimizar o que falta e trabalhar com o que possui. Sobre a pasta, Serra reiterou que pediu ao Planejamento R$ 800 milhões para cobrir pelo menos o que o governo brasileiro deve para organismos internacionais.
“R$ 960 milhões é o estoque da dívida que temos. Mas ela toda dá para pagar aos poucos. O que mata é o custeio no longo prazo e é inadmissível que estejamos devendo para organismos como a ONU, por exemplo”, disse.