Noticia-geral

Temer informa Dilma sobre recusa de Padilha em assumir articulação política

Em reunião realizada na tarde desta terça-feira, 7, no Palácio do Planalto, o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, informou à presidente Dilma Rousseff sobre a recusa do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, em assumir o comando da articulação política do governo.

O convite de Dilma para Padilha assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) ocorreu na tarde de dessa segunda-feira, 6, e desencadeou uma crise dentro do governo. Antes mesmo da decisão de Padilha chegar à petista, o atual ministro da SRI, Pepe Vargas (PT), sinalizou que iria deixar a pasta.

O ministério, que é responsável por fazer uma ponte entre o Palácio do Planalto e o Congresso, deve, portanto, chegar ao final do dia sem um titular. O mal estar instaurado com os acenos da presidente Dilma ao PMDB pôde ser notado na reunião de líderes da base aliada realizada na tarde de hoje no Palácio do Planalto. Pepe não participou. Ele deve soltar uma nota até o final do dia confirmando a intenção de deixar a equipe do governo, segundo assessores próximos ao ministro. A decisão deve ser oficializada após encontro com a presidente Dilma.

A reunião realizada entre a presidente Dilma e Temer ocorreu após um último encontro de Padilha com o vice-presidente da República. O argumento oficial levado à petista foi o de que Padilha não pôde aceitar por estar com um filho recém-nascido, atualmente sob os cuidados da esposa, que mora em Porto Alegre (RS).

Eliseu Padilha já havia demonstrado, porém, ser contrário à mudança de pasta logo após o aceno da presidente Dilma, na tarde de ontem. Num primeiro encontro com integrantes da cúpula do PMDB, no início da noite da segunda-feira, 6, ele hesitou sobre o convite e ressaltou que estava “contente” na atual pasta. Ele também integra o chamado núcleo político estendido, criado por Dilma para acomodar a legenda, o PSD e o PCdoB nas discussões de propostas do governo.

Dentro do PMDB prepondera também o sentimento de que o modelo adotado por Dilma na SRI não é o ideal. Peemedebistas alegam que o ministro da pasta não tem autonomia para tomar decisões e em razão disso é constantemente alvo de ataques dos “aliados”. Diante desse cenário, segundo relatos de integrantes do partido, no encontro no gabinete de Temer, o ministro Eliseu Padilha chegou até a comparar a SRI a um “cemitério de políticos”.

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