O presidente Michel Temer voltou para Brasília na noite do sábado, 1, depois de ter passado o dia em São Paulo, sem agenda oficial. O presidente seguiu direto para o Palácio do Jaburu e não tem compromissos oficiais previstos para este dia.
No sábado, Temer se reuniu com seu advogado, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, para discutir sua defesa que será entregue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, para rebater a acusação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR afirma que Temer praticou o crime de corrupção passiva ao lado de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, libertado ontem por ordem do Supremo Tribunal Federal.
Na CCJ Temer terá até dez sessões plenárias para apresentar a sua defesa e de mais cinco para o relator, ainda não designado, emitir seu parecer. O relator vai produzir um parecer para informar se a comissão é contra ou a favor do pedido de autorizar a abertura de ação penal. Da CCJ, o pedido deve seguir ao Plenário, onde a votação é nominal, com necessidade de dois terços dos deputados (342 dos 513) para que o STF possa instaurar processo.
Enquanto traça sua estratégia de defesa, o governo busca consolidar uma base de apoio no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), possui hoje sobre sua mesa 24 pedidos de impedimento de Temer. Todos aguardam decisão sobre sua admissibilidade ou arquivamento. O mais antigo deles foi protocolado há sete meses, em 28 de setembro de 2016. De 25 já feitos, Maia arquivou apenas um pedido.