A chefe da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, reafirmou a defesa do acordo nuclear internacional com o Irã, dias após os Estados Unidos se retirarem da iniciativa. “Temos a responsabilidade de fazer o que pudermos para manter o acordo”, disse ela, durante evento em Florença.
Mogherini admitiu que haverá maiores dificuldades para manter o acordo após a saída dos EUA e que o cenário agora é diferente, mas disse que a UE segue determinada a garanti-lo. “Este acordo não é bilateral, é uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e pertence a todo o mundo.”
A autoridade europeia disse que, sem o acordo, os riscos para a segurança na região “seriam enormes”, inclusive de uma corrida nuclear. Ela defendeu que o pacto funciona na questão da não proliferação de armas nucleares.
Mogherini ainda contestou a estratégia do presidente americano, Donald Trump, no episódio, enquanto ele negocia o fim das armas nucleares do regime do norte-coreano Kim Jong-un. Segundo a diplomata, há um contrassenso na posição de Washington em, de um lado, abandonar um acordo que funciona com o Irã, mas tentar fazer algo similar com Pyongyang. Ela disse que isso gera um problema de confiança. Além disso, Mogherini argumentou que não é possível haver confiança se, após um acordo ser fechado, o governo seguinte contestá-lo. “Temos de manter o Irã firme em seus compromissos”, ressaltou.
A autoridade informou também que, na próxima terça-feira, haverá uma reunião em Bruxelas entre ela e os ministros das Relações Exteriores de França, Reino Unido e Alemanha. Depois, o quarteto se encontrará com o chanceler iraniano, Mohammad Zarif.