O dia nublado e chuvoso afastou o paulistano da cerimônia de abertura da 8.ª edição da Virada Esportiva de São Paulo, segundo avaliação da Prefeitura. A abertura, feita pelo prefeito Fernando Haddad (PT), foi no recém-reformado Centro Esportivo e de Lazer Tietê, espaço que ocupa o antigo clube de regatas do mesmo nome, na Marginal do Tietê.
No discurso, Haddad enfatizou a importância desses espaços esportivos para a cidade, segundo o secretário adjunto de Esportes, Luiz Sales.
Segundo o secretário, O objetivo geral do evento é chamar a atenção para a prática esportiva, que pode se encaixar em qualquer lugar da cidade. “Também queremos chamar a atenção para a importância do uso das áreas públicas em São Paulo.”
Ele ressalta que o Clube Tietê vai estar aberto a partir desta segunda-feira, 22, para o uso da população. Foram investidos R$ 5,5 milhões na Virada que ocorre até domingo, 21, em diversos locais da cidade. Ao ser questionado sobre a divulgação do evento e da pouca quantidade de pessoas no local ele defendeu que o motivo foi o mau tempo de hoje.
Mas muitas pessoas que estavam lá, ao serem questionadas, disseram que não sabiam da Virada. Alguns apareceram por trabalharem perto, como ocorreu com os amigos Enoque Felicianno de Souza, de 23 anos, Wellington Nascimento Ribeiro, também de 23 e os dois conferentes de produtos de uma empresa que fica perto do local. “Gostei do evento, mas não sabia que ia ter, fiquei sabendo hoje”, diz Souza.
Na abertura houve várias apresentações, entre elas de um grupo de capoeira da Associação Desportiva Cultural do mestre Miguel Machado. O professor e estudante de pedagogia, Renato Manoel de Souza explica que vai ministrar aulas no espaço para todas as idades.
“Esse espaço para a capoeira é muito importante, pois falta em São Paulo locais em que a comunidade possa vir praticar esse tipo de atividade, assim como as esportivas”, diz.
“A capoeira é uma forma de formação de cidadania, um meio de valorização do negro neste País e faltam políticas públicas para isso”, acrescenta.
Thalaby Nayla Tavares, de 20 anos, estudante de Educação Física, é uma das mulheres do grupo. Ela começou a praticar capoeira aos 8 anos, num projeto da Escola da Família. “A capoeira é uma maneira de inclusão social e também um meio de valorização feminina.” Thalaby vai se formar como monitora de capoeira no final do ano e pretende se tornar professora também.
Diversão
A psicóloga da Prefeitura Cibel Gatti, de 55 anos, aproveitou a Virada para levar sua filha Giovanna, de 7 anos, que estava com o rosto todo pintado, como várias crianças, para participar das atividades. “O Clube Tietê tem história e é importante revitalizar esse espaço, como um clube para a família.” A menina queria pular no bungue Jump, mas não tinha idade para isso e ficava a toda hora chamando a atenção da mãe, mostrando os que saltavam.
As duas amigas, Kethiley Almeida dos Santos, de 21 anos, e Ondina Frutuoso, de 19, ficaram sabendo da Virada por um amigo que ia fazer uma apresentação de coral, e adoraram. “Vamos voltar amanhã.”
Skate
No local foram montadas pistas e rampas para skate. “A chuva quase atrapalha a atividade”, disse a estudante Mylena Tavares, de 16 anos. Há dois meses ela começou a aprender a andar de skate e já domina alguns movimentos. Ela foi à Virada com o grupo de skatistas do Love CT, da Cidade Tiradentes e disse que também não viu a divulgação em outro lugar.