Nome histórico do Cinema Novo, Cacá Diegues será homenageado no Festival do Rio com um troféu especial de carreira e a exibição da versão restaurada de A Grande Cidade, de 1966.
O que representa esse prêmio de carreira?
Não tenho saudade. Não me debruço sobre o passado, mas fico feliz com o reconhecimento. Tenho orgulho do que fiz, de ter integrado a geração do Cinema Novo, onde conheci as pessoas mais interessantes da minha vida. E é isso, a nossa vida, não só a minha, que o prêmio contempla.
No documentário de Eryk Rocha, você diz que o AI-5 desmontou o projeto coletivo do Cinema Novo.
Como?
De 1964 a 68, em plena ditadura, tivemos uma extraordinária efervescência cultural. Tropicália, os melhores filmes do Cinema Novo. E aí veio a consolidação da ditadura com o AI-5. A ditadura nos separou. O sonho coletivo dissolveu-se em projetos individuais.
E A Grande Cidade?
O filme foi restaurado pelo CNC, na França. O Cinema Novo, compreensivelmente, estava voltado para o sertão e A Grande Cidade vê o sertão da perspectiva urbana. Os nordestinos da cidade grande. É um dos meus preferidos.
E o Grande Circo Místico?
Estou terminando. Espero lançar em maio do ano que vem. E se der, tentar festivais como Berlim ou Cannes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.