Terminou às 11h59 (horário de Brasília) a primeira parte da reunião de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de março. O encontro havia começado às 10h37. Essa fase da reunião, que se estende até a manhã de quarta-feira, 20, revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic.
A definição dos juros básicos, atualmente em 11,25% ao ano, acontece na mesma quarta-feira à tarde e o novo nível será divulgado a partir de 18h30, já no período da noite.
No mercado, é unânime a expectativa de sexta queda consecutiva de 0,50 ponto porcentual do juro básico, para 10,75% ao ano, seguindo a sinalização dada em janeiro pelo comitê de que "antevê redução de 0,50 ponto porcentual da taxa Selic nas próximas reuniões".
Conforme a pesquisa do Projeções Broadcast, todas as 55 instituições consultadas esperam que a Selic caia a 10,75% no Copom desta semana.
Mas, diante dos dados mais fortes de atividade e dos alertas da inflação de serviços, a discussão é se agora o BC mantém a sinalização de novos cortes do mesmo tamanho no plural, ou se indica que só pretende continuar com a dose atual até maio.
No levantamento do Projeções Broadcast, 80% das casas (44) ainda aguardam mais duas quedas do mesmo tamanho nos encontros de maio e junho. Outras 11 preveem alteração no ritmo de cortes na reunião de junho: uma para 0,75 ponto e dez (18%) para 0,25 ponto.
No início deste mês, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, reconheceu que o Copom vai analisar "para frente" o risco-retorno do atual <i>forward guidance</i>.
Com a baixa esperada da Selic para 10,75%, o afrouxamento monetário chegaria a 3,00 pontos porcentuais – de 13,75% -, mais da metade do caminho previsto pelo Boletim Focus, que projeta juro de 8,50% no fim do ciclo. Nas comunicações oficiais, a autoridade monetária tem repetido que a magnitude total do processo de alívio dos juros dependerá da evolução da dinâmica inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Boletim Focus, a mediana para a inflação de 2024 passou de 3,81% no último Copom, em janeiro, para 3,79% na última divulgação, de hoje. Já para 2025, houve alta, de 3,50% para 3,52%, enquanto a estimativa para 2026 continuou estacionada em 3,50% – todas desancoradas em relação à meta contínua de 3,00%. No primeiro encontro de 2024 as projeções do próprio Copom eram de 3,5% em 2024 e 3,2% para 2025.