A polícia francesa identificou o autor do ataque em Nice, na França, que deixou 84 mortos e 18 feridos em estado crítico: trata-se de um franco-tunisiano de 31 anos, residente na cidade e que tinha passagens pela polícia por violência a mão armada, mas não por radicalização jihadista.
O atentado aconteceu por volta das 22h45 de quinta-feira, na Promenade des Anglais, no coração do balneário turístico de Nice, onde dezenas de milhares de franceses e estrangeiros acabavam de acompanhar os fogos de artifício dos festejos públicos da festa nacional de 14 de Julho, Dia da Bastilha. Entre as vítimas ainda em atendimento, estão crianças, a maior parte com traumatismo craniano e fraturas graves.
Um brasileiro radicado na França, Anderson Happel, está entre os feridos, mas não corre risco. Segundo e embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, cônsul-geral do Brasil na França, não há informações até aqui sobre outros brasileiros entre os feridos e mortos, mas o monitoramento continua, já que há vítimas ainda não identificadas e desaparecidos. “Estamos em contato constante com a célula de crise do Ministério das Relações Exteriores da França e até o momento não há registro de cidadãos brasileiros vitimados. Tampouco recebemos contatos de brasileiros na região de Nice”, confirmou ao Estado a embaixadora.
Os mortos e feridos foram atingidos por um motorista, que invadiu uma área fechada à circulação de veículos e acelerou um caminhão de mais de 15 toneladas contra o público, deixando mortos e feridos por um trajeto de mais de dois quilômetros. Ao término do percurso, abordado pela polícia, o motorista foi abatido pelas forças de ordem, após troca de tiros. O terrorista estava armado de uma pistola Browning 7.65, mas outros armamentos encontrados no interior do veículo, entre os quais fuzil e granadas, eram fictícias.
Uma batida foi realizada pelas autoridades na residência do criminoso. Segundo Pólo Antiterrorismo do Ministério Público de Paris, que coordena as investigações, o autor do crime não era fichado pelos serviços secretos por terrorismo ou radicalismo. Por outro lado tinha antecedentes por violência a mão armada, roubo e agressão, além de agressão conjugal.
Em Paris, uma reunião do Conselho de Defesa, órgão de interministerial coordenado pelo presidente francês, François Hollande, foi realizada nessa manhã. Na saída, o primeiro-ministro, Manuel Valls, confirmou que um projeto de lei será enviado ao Parlamento para prolongar o Estado de Emergência, o regime de medidas de exceção para combate ao terrorismo, será prolongado por mais três meses – ele vigoraria apenas mais duas semanas.
“A França mais uma vez foi atingida por um ano terrorista covarde”, afirmou Valls. “O terrorismo, nós advertimos há um bom tempo, é uma ameaça que pesa há muito na França, e que ainda pesara por bastante tempo. Estamos enfrentando uma guerra.”