O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse não ser favorável ou contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas defende que se cumpra a Constituição. O tucano negou ser contra o afastamento de Dilma para favorecer sua candidatura presidencial em 2018 – o impeachment em tese favoreceria o senador Aécio Neves (MG), seu rival interno. E mais, Alckmin disse que a tese do impeachment não se enfraqueceu, apenas mudou de data.
“Não se enfraqueceu, mudou a data. O que poderia ser feito esse ano vai ser depois da Páscoa, em razão do rito que foi estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal e em razão também da crise na Câmara Federal, do presidente da Câmara (Eduardo Cunha, PMDB-RJ)”, disse Alckmin em entrevista à TV Bandeirantes.
O tucano disse ainda que, se colocado em votação, um pedido de afastamento da presidente teria chances de prosperar. “O dia que colocar em votação, a questão do impeachment, ela não é descartada não”, disse ao lembrar que à época do impeachment de Fernando Collor pouca gente acreditava que o processo pudesse prosperar. “Em 30 dias muda tudo”, avaliou Alckmin.
Dilma honesta
Como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Alckmin também expressou ter uma “impressão pessoal de seriedade” da presidente Dilma, mas destacou a que isso não descarta que possa ter havido crime de responsabilidade na gestão da petista. “Crime de responsabilidade não é que pessoa foi e colocou o dinheiro no bolso”, argumentou.
Ele defendeu que se investigue e que se julgue os indícios contra a presidente e afirmou que o mais importante é que haja decisões rápidas, seja no processo das contas no Tribunal de Contas da União (TCU), da campanha por suspeita de abuso de poder político e econômico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou do impeachment no Congresso Nacional. “O País não aguenta ficar mais um ano parado, a economia não resiste a isso”, disse Alckmin.