A Tesla se tornou ontem a montadora com maior valor de mercado do mundo, ultrapassando a rival japonesa Toyota, à medida que suas ações atingem níveis recordes.
Os papéis da fabricante de carros elétricos do bilionário americano Elon Musk encerraram o dia com alta de 3,7%, fazendo a empresa ser cotada a US$ 207,6 bilhões. Já a Toyota encerrou ontem avaliada em US$ 202,9 bilhões – o valor de mercado da empresa inclui cerca de US$ 30 bilhões em ações da companhia mantidas em tesouraria.
Além de superar a Toyota, a Tesla também alcançou ontem outra marca histórica: ela vale mais do que três vezes o valor combinado das duas tradicionais montadoras americanas Ford e General Motors.
Desde o início do ano, a empresa de Musk teve uma valorização de 160% em seus papéis, saltando de US$ 430, em 2 de janeiro, para US$ 1.120 ontem. Na visão de analistas, a alta se deve à crescente confiança entre investidores sobre o futuro dos veículos elétricos e a mudança da Tesla de uma montadora de nicho para uma líder global em um segmento considerado promissor.
Após vários anos de prejuízos, a Tesla teve três períodos lucrativos desde o terceiro trimestre de 2019 e surpreendeu os investidores com resultados sólidos no primeiro trimestre, apesar da pandemia de coronavírus. Em 2019, a empresa teve receita de US$ 24,6 bilhões e entregou 367,2 mil veículos.
São números bem menores do que os da Toyota, considerada uma das montadoras mais rentáveis do mundo: em seu último ano financeiro, que compreende o período de abril de 2019 a março de 2020, a companhia vendeu 10,5 milhões de veículos e registrou faturamento de US$ 281,2 bilhões.
<b>Potencial</b>
A diferença entre as duas companhias, segundo analistas, é o potencial que a empresa de Elon Musk tem para os próximos anos. Apesar da pandemia, a expectativa de Musk é que sua companhia entregue 500 mil veículos em um ano pela primeira vez. Na semana que vem, a empresa vai divulgar os números de carros que entregou no segundo trimestre de 2020.
Outro fator que auxiliou a Tesla nas últimas semanas foi a alta demanda na China, país que passou primeiro e é considerado relativamente pouco afetado pela pandemia de coronavírus. "Há a expectativa de que pelo menos 100 mil veículos da Tesla sejam produzidos e vendidos na China até o fim deste ano. É um raio de luz em meio a uma tempestade global", afirmaram os analistas Daniel Ives e Strecker Backe, da corretora Wedbush Securities, em nota.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>