As contas do Governo Central registraram déficit primário em novembro. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 39,389 bilhões. O resultado sucedeu o superávit de R$ 18,277 bilhões em outubro.
O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho em termos nominais para o mês na série histórica (que abrange desde janeiro de 1997), em valores nominais. Em novembro de 2022, o resultado havia sido negativo em R$ 14,756 bilhões.
O déficit do mês passado ficou acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 38,05 bilhões, de acordo com levantamento do <i>Projeções Broadcast</i>. O dado de novembro ficou dentro do intervalo das estimativas, todas de déficit, que iam de R$ 42,9 bilhões a R$ 19,9 bilhões.
No acumulado do ano até novembro, o Governo Central registrou déficit de R$ 114,631 bilhões, o pior resultado desde 2020, em termos nominais, quando fechou com déficit de R$ 699,122 bilhões. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 49,658 bilhões.
Em novembro, as receitas tiveram alta real de 2% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 3,5%. Já as despesas subiram 20% em novembro, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 6,9%.
Em 12 meses até novembro, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 109,7 bilhões – equivalente a 1,05% do PIB. A meta fiscal ajustada para 2023 admite um rombo primário de até R$ 213,6 bilhões. No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em novembro, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 177,4 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 1,9% do PIB. A equipe técnica da Fazenda desejava um déficit de 1,0% do PIB em 2023, mas já admite que pode ficar em torno de 1,3% – cerca de R$ 142 bilhões.