A bicampeã olímpica Thaisa afirmou se sentir "frustrada" com o encerramento da Superliga Feminina de Vôlei por conta da pandemia do novo coronavírus. A central do Minas Tênis Clube concorda com a decisão da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), mas ressalta todo o esforço da equipe ao longo da temporada.
"É triste. A gente se sente meio frustrada depois de tudo o que construímos ao longo do campeonato. Ficamos com um ponto de diferença para o primeiro colocado, estava tudo equilibrado. Nós sabemos que parar é necessário em prol da saúde e do País, mas é frustrante por tudo o que a gente fez até aqui. Agora, vamos pensar no que vem pela frente e nos cuidar da melhor maneira possível para superar esse vírus", afirma Thaisa em entrevista ao <b>Estado</b>.
As Superligas Masculina e Feminina decidiram rumos opostos. Enquanto entre as mulheres a competição foi encerrada, a dos homens foi apenas adiada. Apesar da decisão, Thaisa acredita ser "pouco provável" o retorno da temporada. "A pausa será até quando? Porque como estão caminhando os casos de covid-19, acredito que essa pausa será muito longa. Acho difícil que consigam jogar antes de encerrar os contratos para a atual temporada, mas vamos ver o que vai acontecer".
Em quarentena devido à pandemia, a jogadora segue a sua rotina de treinos em casa. Ela conta que tem assistido vídeos de treinos básicos e de alta intensidade para manter o ritmo fora das quadras. "Faço o possível para não parar totalmente", afirmou.
"Não podemos relaxar. Continuo mantendo o foco nos treinos e na alimentação. Se tivesse pelo menos conseguindo malhar e fazer crossfit, poderia até deixar a alimentação um pouco mais livre, mas sem conseguir fazer muita coisa eu preciso priorizá-la também", complementou a jogadora.
RANKING DAS ATLETAS – Uma das maiores polêmicas entre as jogadoras da Superliga Feminina terminou na última quinta-feira. Após uma reunião por videoconferência, os clubes votaram pelo fim do ranqueamento de atletas para a temporada 2020/2021. No masculino, essa decisão foi aprovada pela CBV em 2018.
"É uma sensação de felicidade após tanto tempo lutando por esse direito e pela igualdade. Nós brigamos por isso há algum tempo. Então, é de extrema felicidade saber que nossos esforços foram recompensados e que a gente pode jogar em um time que pode nos pagar, que a gente queira jogar", afirmou Thaisa.
A central ressalta a importância de não limitar o mercado para as jogadoras de sete pontos. "Agora não somos obrigadas a ir para outro país por conta de egoísmo de outros clubes que não tem condições e não pensam em contratar uma atleta de sete pontos, mas votam a favor do ranking em benefício próprio. Eles nunca pensavam em prol da atleta. Hoje temos o direito de escolha. Isso é ter o direito de trabalhar. É gratificante e maravilhoso", finalizou.