Estadão

The Rose cativa público de todas as idades no Lollapalooza em estreia sul-coreana

A banda The Rose embalou o Lollapalooza Brasil no final da tarde deste domingo, 26. Com músicas animadas e muita simpatia, o grupo foi recebido calorosamente pelo público no palco Adidas.

Além da plateia, o calor vinha principalmente do sol, que obrigou o guitarrista e vocalista Kim Woo-sung a tirar a camisa no meio da apresentação.

Por ser uma típica boy band, como One Direction ou Jonas Brothers, quando se despiu, o artista recebeu gritos das fãs, que puxavam o coro: "Lindo! Tesão! Bonito e gostosão!."

Seu parceiro de palco, Dojoon, que estava no piano, também notou a afobação de todos, e decidiu engajar um momento descontraído. "Ei, sexy, está com calor?"

A banda, que entrou no line-up do Lolla após a desistência de Omar Apollo, abriu o show com <i>Cure</i>, um de seus sucessos. Eles haviam vindo ao Brasil em dezembro, quando cantaram no Espaço Unimed.

Muito simpáticos, os quatro músicos se apresentaram aos brasileiros dizendo seus nomes, acenando com a mão e deixando um "prazer em conhecê-los". Tudo em inglês.

"Levamos sete anos para chegar aqui e cantar para uma plateia desse tamanho", disse Dojoon.

Quem pensa que o público reunido na frente do palco era composto apenas por jovens fãs de K-Pop está enganado. Em uma hora de som, o The Rose foi capaz de contagiar pessoas de gerações completamente diferentes.

"Eu não conhecia a banda. Estava no show dos Paralamas <i>do Sucesso</i> e quando vi o pessoal vindo pra cá, eu segui. Adorei. A banda é muito boa, música linda, um pessoal lindo", comentou Rui Tiago, de 67 anos, aposentado que veio sozinho de Raposo, Minas Gerais, para curtir o Lollapalooza. "Estou vindo desde sexta-feira. Não canso, adoro. Adoro carnaval, Rock in Rio… Vou em tudo."

Mas é claro que os mais novos também estavam presentes. Grandes fãs dos sul-coreanos, as estudantes Evellyn Torres e Letícia Oliveira, ambas de 21 anos, ficaram na grade durante o show e seguraram uma rosa na mão.

"Eles lançaram um álbum recentemente, <i>Heal</i>, e você basicamente chora o álbum inteiro. São incríveis como pessoas, por toda a mensagem que passam, e a música é muito profunda", analisou Evellyn.

De fato, a essência das letras é um ponto de destaque no trabalho do grupo. Eles mesmos fizeram questão de comentar isso durante o show, dizendo que música é para sentir, e esse é o jeito deles de mostrar isso. "Caso vocês sintam o que a gente sentiu, vocês terão as ferramentas pra isso com as músicas", falou Woo-sung

O lançamento mais recente se chama, em português, "cura", e deixa claro o objetivo das canções: transmitir uma mensagem positiva.

"Eu gosto do som, porque eles têm uma pegada mais indie rock – e convenhamos que o que vem da Coreia geralmente é mais pop. E a mensagem, claro, porque o mais legal das bandas coreanas são as mensagens que eles passam", disse a publicitária Camila Ramos, de 33 anos.

Ela, que conhece a banda há sete anos, ou seja, desde o início da formação do grupo, afirmou que veio neste domingo ao Lolla somente para ver a performance de The Rose.

Depois de fazerem o povo sair do chão e cantar alto com diversas canções – destaque para <i>Yes</i> e <i>She s In The Rain</i> -, a banda asiática agradeceu muito e se despediu com o clássico e aparentemente sincero "Brasil, amamos vocês".

Os fãs claro, se pudessem responderiam "nós também", especialmente depois deles jogarem as toalhas molhadas de suor e camisa usada pra a plateia. "Eu vou morrer", se ouvia da multidão.

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