A primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente da França, François Hollande, minimizaram suas diferenças, nesta quinta-feira, sobre quão rápido o Reino Unido deve sair da União Europeia, ao passo em que tentaram suavizar as relações turbulentas depois que o povo britânico optou pelo saída do bloco, em plebiscito.
O líder francês havia assumido uma postura firme após a votação de junho, pedindo aos britânicos que acelerassem o processo de saída do bloco e dizendo que Londres arriscava perder seu destaque como centro financeiro europeu.
Hoje, Hollande disse que entende que o governo britânico precise de algum tempo para se preparar para as negociações de desvinculação da UE, mas alertou que postergar o processo representa riscos para a estabilidade da economia europeia. “Para a França, quanto mais cedo melhor”, disse.
Mas May afirmou repetidamente que não tem pressa em acionar o Artigo 50: o mecanismo oficial que inicia os procedimentos do divórcio. Hoje, a premiê reiterou que o seu país precisava de mais tempo para as negociações e que não pretende acionar o Artigo 50 antes do fim do ano.
“O Reino Unido está deixando a União Europeia, mas não estamos deixando a Europa, e não estamos nos distanciando da nossa amizade com a França e com nenhum outro parceiro europeu”, disse May, acrescentando que as negociações que estão por vir devem ser calmas e construtivas.
O Brexit atrapalhou os planos econômicos e políticos de Hollande com menos de 12 meses para as eleições presidenciais. Além do impacto econômico, o movimento encorajou a extrema-direita, Frente Nacional anti-UE, cuja líder, Marine Le Pen, pede para que a França siga o mesmo caminho do Reino Unido.
Com o aumento do sentimento antieuropeu na França, e as pesquisas apontando que Le Pen é mais popular que Hollande, negociações prolongadas sobre o Brexit podem também resultar na deterioração política do líder francês. Fonte: Dow Jones Newswires.