Durante a audiência de custódia a que foi submetido no domingo, 30, o empresário Thiago Brennand – preso sob acusação de estupros e agressões – alegou que faz uso contínuo de medicações para depressão, ansiedade e distúrbios de sono.
Ao lado de seus advogados, Brennand elencou os remédios que diz tomar frequentemente – Efexor/cloridrato de venlafaxina (antidepressivo), Rivotril/clonazepam (ansiolítico), captopril (pressão alta), Nexium/esomeprazol (distúrbios gástricos) e Zolpidem (para dormir). Ele não fez menção a diagnósticos.
Investigadores avaliam que a informação de Brennand sobre os medicamentos faz parte de uma possível estratégia para reforçar eventual pedido de internação hospitalar e, dessa forma, se livrar da prisão – atualmente, ele ocupa uma cela no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, o Cadeião de Pinheiros.
A reportagem do <b>Estadão</b> entrou em contato com o advogado Eduardo César Leite, que compõe a banca de defesa do empresário, mas não houve retorno.
Na audiência de custódia, o juiz Orlando Castro Neto negou liberdade provisória ao empresário, por entender que o pedido deveria ser analisado pelos magistrados autores das cinco ordens de prisão preventiva contra Brennand.
O empresário foi preso nos Emirados Árabes e extraditado para o Brasil no sábado, 29. O juiz concluiu que não houve irregularidades na prisão. Em ao menos oito ações penais na Justiça de São Paulo, Brennand é acusado dos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e cárcere privado.
Na audiência de custódia, a defesa solicitou a transferência para o presídio de Tremembé, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Esse pedido também foi negado, sob justificativa de que cabe à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) verificar a disponibilidade de vagas.
Consultada pelo <b>Estadão,</b> a Secretaria respondeu nesta terça, 2, que o empresário permanece custodiado no Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros e, até o momento, a SAP não recebeu pedido de transferência por parte da defesa do preso.
Depois de um processo de extradição que se arrastou por mais de seis meses, Brennad chegou ao Brasil na noite de sábado, 29, em um voo de carreira da Air France, escoltado por agentes da Polícia Federal. Sua primeira noite na volta ao País ele passou na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo.
Ele estava, desde setembro do ano passado, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Brennand deixou o Brasil na iminência da expedição da primeira ordem de prisão preventiva contra ele, de autoria da juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.
No Cadeião de Pinheiros, o empresário ocupa uma cela individual, procedimento de praxe para a adaptação de novos detentos. Habituado a uma rotina de luxos, o empresário recebeu o mesmo uniforme dado a todos os detentos – camiseta branca de gola careca e calça cáqui com elástico na cintura, sem bolsos. Sua cela possui uma cama de alvenaria, colchão, pia, chuveiro. Não tem TV.
<b>COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND</b>
A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo César Leite, que defende o empresário Thiago Brennand, mas não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.